(tradução de Lya Luft)
"E sabeis o que significa para mim o "mundo"? Devo mostrá-lo no meu espelho? Este mundo: um monstro de força, sem começo, nem fim, uma firme e férrea grandeza de forças que não aumenta nem diminui, que não se consome, mas apenas se transforma, imutavelmente grande como um todo, uma economia sem gastos nem perdas, mas também sem acréscimos nem ganhos, rodeada pelo "Nada" como suas fronteiras, não transbordando nem esbanjando, nada infinitamente expandido, mas embutido como força determinada num espaço determinado, não num espaço que fosse "vazio" de alguma forma, mas como força onipresente, como jogo de forças e ondas de forças, sendo ao mesmo tempo Um e "Muitos", aqui acumulado e simultaneamente ali reduzido, um mar de forças que se alteiam e escorrem em si mesmas, eternamente em transformação, eternamente retornando em inauditos anos de retorno, com uma enchente e vazante de suas forças, saindo das mais simples para as mais variadas, do mais quieto, hirto, frio para o mais ardente, selvagem, sempre se contradizendo, e depois novamente voltando daquela plenitude para o mais simples, retornando do jogo de contradições para o prazer do uníssono, afirmando a si mesmo, ainda naquela igualdade de seus limites e anos, abençoando a si mesmo como aquilo que tem de retornar eternamente, como um devir que não conhece saciedade nem enfado nem cansaço: esse meu mundo dionisíaco do eterno criar-se, do eterno destruir-se, esse misterioso mundo de prazeres duplos, esse meu Além feito de bem e mal, sem objetivo se não houver um objetivo na felicidade de circular, sem vontade se um anel não tiver boa vontade consigo mesmo - quereis um nome para esse mundo? Uma solução para todos os seus enigmas? Uma luz também para vós, ó ocultos, fortes, destemidos seres da meia-noite? - Este mundo é a Vontade de poder - e nada além disso! E vós mesmos sois essa Vontade de poder - e nada além disso!
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