jeudi 30 juin 2011

Pour étudier pendant les vacances


Salut, mes élèves!!!

Le période des vacances arrive et, avec lui, le besoin [ou nécessité] de se souvenir de quelques compromis. Je pense que tout le monde sait l'importance du contact quotidien avec une langue étrangère si on veut la développer, n'est-ce pas? Alors, motivé surtout par cette croyance, je viens îci à fin de vous exposer un programme d'études pour les vacances.

Allons-y!

D'abord, il faut réviser tout ce qu'on a étudié pendant nos classes. Pour faire ça, lisez les explications grammaticales, réécoutez les dialogues (vous devez télécharger l'audio du livre - sur mon blog même vous pouvez trouver l'adresse électronique à fin de faire ça) et faites les exercices qui manquent. Vous pouvez, si vous voulez (ou si vous avez encore des doutes), même refaire quelques exercices du Livre de l'Élève ou du Cahier.

Au même temps, il faut lire beaucoup pour pratiquer cette habilité et pour augmenter notre vocabulaire. Je vais mettre un texte par jour sur mon blog - à chaque jour ce texte sera adapté à un niveau différent:

É1 - Élémentaire 1 (textes au présent et sur le livre adapté "Le Fantôme de l'Opéra");
É2- Élémentaire 2 (textes aussi au passé et au futur);
I - Intermédiaire (textes plus élaborés).

Comme ça, vous allez avoir un contact direct avec des rapports intéressants en français. Je vais parler d'art, littérature, peinture, musique et histoire, mais si vous voulez, demandez que j'écrive aussi sur les matières de votre préférence (laissez un message, par exemple).

Pour se distraire d'une façon très profitable, je vous conseille d'écouter les groupes francophones dont je parle îci. Ils y sont dejà plusieurs!!! >>> MUSIQUE <<< Ou vous pouvez aussi louer un film francophone et le regarder avec le sous-titre en français... Comme ça, on apprend beaucoup et s'amuse bien au même temps!

...

Ou-la-la... Vacances...? Oui, mais il y a un tas de choses à faire, hein?! Alors...

Top! C'est parti!!!





Et dans un mois on va se revoir... Notre mission accomplie et nos objectifs renouvelés!!!

Bonne chance à tous!!!



1917

Outra seleção de versos de Fernando Pessoa, estes do ano de 1917:


JÁ SINTO EM SONHO sobre eu ‘star morto
A erva nascer.
E como a noiva que vê do porto
A nau crescer

Que traz seu noivo e chora por tê-lo,
Porque, chegado,
Morre a feliz ‘sperança de vê-lo
E a ‘sperança é bela.

Assim... Não sei... Sobre eu ‘star morto
A erva...

Mas que tem isso com eu ‘star morto
Sinto-o e não sei...

Morre a ‘sperança que tem de vê-lo,
E tê-lo é perder querê-lo ter ao lado.



NA SOMBRA E NO FRIO da noite os meus sonhos jazem.
Um frio maior cresce do abismo, e decresce.
Toca-me o coração de dentro a Mão que conhece.
As estrelas sobem. Por cima de mim se desfazem.
Ah, de que serve o sonho? O que acontece
Não é o que nós queremos, mas o que os Deuses fazem.

O silêncio oscila. Na inércia da hora paira
Um murmúrio ansioso da sombra.

A minha vontade é um acto alheio, um gesto visível
A olhos para quem o mundo visível é o que nós não vemos.

De que braço é todo o meu ser um só gesto abstracto?
Que movimentos no ar são as minhas acções queridas?
Falta ao meu senso de mim um ajuste e um tacto.

Jaz no chão com meus sonhos a cinza de todas as vidas.



ERAM TRÊS FILHAS de rei.
A hora é de prata.
No palácio do Norte
Tinham a mesma sorte.

Uma era loura e leve.
Outra era loura e alta.
Outra era como um rio
Que corre ao longe macio.

Eram três filhas de rei.
Nenhum príncipe veio.
Eram três velhas perdidas
A sonhar as suas vidas.

Deus as guarde na morte.
Eram três filhas de rei.
Deus as guarde na morte
No palácio no Norte.

Eram três filhas de rei.
Quem elas eram não sei.



UM PIANO na minha rua...
Crianças a brincar...
O sol de domingo e a sua
Alegria a doirar...

A mágoa que me convida
A amar todo o indefinido...
Eu tive pouco na vida
Mas me dói tê-lo perdido.



LÁBIOS QUE POUSAM e que entreabertos
Escutam palavras do coração...
Assim dentro dos olhos, mão
Consciente sobre o sofá, madeixa caída
Ligeiramente

P’ra quê, se o sonho é melhor que a vida?



O REINO LONGÍNQUO dos ÍDOLOS mortos
Tem cousas e seres com negra expressão.
Nenhum viajante desceu aos seus portos.
Ninguém o deixou após tê-lo em visão.

Todas as cousas ali são conscientes.
As arestas olham com um olhar seu.
As pedras e as plantas e as águas são entes
Em quem como em nós Deus bem não morreu.

Se às vezes, nas horas mais frias da vida
Eu ergo a minha alma até onde há céu,
Renasce a memória, que eu tinha esquecida,
Do Reino sinistro que o Tempo esqueceu.



NÃO TENHO NADA p’ra te dizer
Salvo que a vida já não me quer.

Não tenho nada para te ouvir
Para que ouvir? Se não sei sentir...

Sofro nos sonhos, sofro na vida.
Não tenho norma, nem direcção...

Levo o cadáver da fé perdida
Para o jazigo da ilusão.



SÚBITA MÃO de algum fantasma oculto
Entre as dobras da noite e do meu sono
Sacode-me e eu acordo, e no abandono
Da noite não enxergo gesto ou vulto.

Mas um terror antigo, que insepulto
Trago no coração, como de um trono
Desce e se afirma meu senhor e dono
Sem ordem, sem meneio e sem insulto.

E eu sinto a minha vida de repente
Presa por uma corda de Inconsciente
A qualquer mão noturna que me guia.

Sinto que sou ninguém salvo uma sombra
De um vulto que não vejo e que me assombra,
E em nada existo como a treva fria.



PASSAM AS NUVENS, murmura o vento
Passam as nuvens, vão devagar.
Demoro em mim o meu pensamento
E só encontro não encontrar...

Passam as nuvens, os ventos vão,
Levam as nuvens a um vago além,
Mas nunca a dor de meu coração
Ou a ânsia vaga de que provém.

Passam as nuvens, não têm destino
Salvo passar, não ficar aqui...
Assim meu ser tivesse um divino
Nenhum-destino, não ser de si.

Passam as nuvens, eu fico e tenho
Por meu destino pior, ficar...
Sem saber donde, nuvem, provenho
Ou qual o vento que me há-de levar...



TEUS BRAÇOS DORMEM no teu colo,
Quebras o busto para a frente.
Teu perfil é de desconsolo,
Mas a minha alma é que é doente.

Talvez tu penses, fugitiva,
Nalguma ’sp’rança que te faz
Não triste, mas só pensativa,
Porque o sonho não satisfaz.

Eu, porém, para quem tudo é
A minha sombra sobre o mundo,
Ponho teu corpo, como o vê
Meu olhar, no meu ser profundo,

E interpreto para ânsia e erro
A tua simples posição,
Só para que haja mais desterro
No meu perdido coração,

Só para que entre o mole ondear
Do cortejo dos meus afectos,
Os sonhos sejam incompletos
E o cortejo sempre a acabar.

Não importa. O teu vulto cisma,
Ou, se não cisma, cismo-o eu.
Deixa que a hora passe, e abisma
Meu sonho nesse gesto teu.



QUANDO EU AMEI não fui amado,
Nem fui amado sem amar.
Todo o meu ser ficou parado
A meditar.



LEVAI-ME PARA LONGE em sonho,
Ó som do mar,
Um vago mal-estar risonho
Me venha alhear
Da consciência do momento
Que, definida,
Paira em meu vago pensamento...
O sonho é a vida...



NOMEN ET PRAETEREA NIHIL
Mina-me a alma com suavidade,
Com uma incerta angústia meu ser come
Uma vaga, indecisa saudade
Só de um nome.

Onde o ouvi? Qual era? Não o sei.
O seu efeito em mim apenas vive
E a ideia de que ouvindo-o é que criei
A dor que em mim revive.

Rainha o teve? ou que princesa morta?
Ou fada incerta o usou para fadar?
Quem foi agora não me importa.
Sem ele já não posso mais sonhar.

Ao pé dele – não sei se em quem o tinha,
Se nele só, ouvindo-o e nada mais –
Sinto a felicidade viver minha.
Sílabas irreais,

Murmúrio vago, arfar de incerta sugestão,
Tirai da flor do ramo, só para ouvir
O segredo, o mistério ou a canção,
Que faz a dor sorrir,

Indefinida incompreensão falada
Da vida por passar, como a que foi!...
Nome sem fim! Não me sejas nada!
Sem ti a vida dói...

Sem a esperança oculta no teu vago
E amortecido brilho sou apenas,
O cansaço de mim, certo e aziago,
Morta flor nada sendo à flor do lago.



PENUGEM
Uma leve (veludo me envolve), vaga,
Vazia brisa
Como uma impressão imprecisa se propaga
Pela minh’alma imprecisa.

Pendem, oscilando, do caule da Hora – a rosa
Rara raiou –
As flores que outrora perfumaram a luminosa
Vida que (já) passou.

E tudo porque uma brisa, como quem brinca, brinda
Ao meu hesitar
O insulto inútil da sua veludínea e linda
Voz de variar;

Porque sob o azul do sul um vago, ou um afago
Que sugere, ou contém,
A ideia de vida feliz ou de morte tranquila, vago
Afago vem.

E eu dispo de mim as intenções e as memórias
Na abstracta fragrância,
E a Hora é apenas o terem-me contado ’stórias
Na minha infância.



MEU PENSAMENTO, dito, já não é
Meu pensamento.
Flor morta, bóia no meu sonho, até
Que a leve o vento.

Que a desvie a corrente, a externa sorte.
Se falo, sinto
Que a palavras esculpo a minha morte,
Que com toda a alma minto.

Assim, quanto mais digo, mais me engano,
Mais faço eu
Um novo ser postiço, que engalano
De ser o meu.

Sim, já pensar é fala que reside.
Já falo assim.
Meu próprio diálogo interior divide
Meu ser de mim.

Mas é quando dou forma e voz do ’spaço
Ao que medito
Que abro entre mim e mim, quebrando um laço,
Um abismo infinito.

Ah, quem me dera a perfeita concordância
De mim comigo,
O silêncio interior sem a distância
Entre mim e o que eu digo!



SOSSEGO ENFIM. Meu coração deserto
Nada espera da inútil caravana.
Pouco a pouco meu ’spírito se irmana
Na própria perda do saber incerto.

É sempre além de mim o indescoberto
Porto ao luar com que se o sonho engana.
De imperceptível, este sonho plana
Para a vida em completo desacerto.

Estagno a lagos de algas por achar,
Sinto vogar o barco das amadas.
A noite despe não haver o luar

E como um filtro de horas encantadas
Tremem os rios, gelam as estradas
No absurdo vácuo de eu não ter que amar.



INTERVALO
Quem te disse ao ouvido esse segredo
Que raras deusas têm escutado –
Aquele amor cheio de crença e medo
Que é verdadeiro só se é segredado?...
Quem to disse tão cedo?

Não fui eu, que te não ousei dizê-lo.
Não foi um outro, porque o não sabia.
Mas quem roçou da testa teu cabelo
E te disse ao ouvido o que sentia?
Seria alguém, seria?

Ou foi só que o sonhaste e eu te o sonhei?
Foi só qualquer ciúme meu de ti
Que o supôs dito, porque o não direi,
Que o supôs feito, porque o só fingi
Em sonhos que nem sei?

Seja o que for, quem foi que levemente,
A teu ouvido vagamente atento,
Te falou desse amor em mim presente
Mas que não passa do meu pensamento
Que anseia e que não sente?

Foi um desejo que, sem corpo ou boca,
A teus ouvidos de eu sonhar-te disse
A frase eterna, imerecida e louca –
A que as deusas esperam da ledice
Com que o Olimpo se apouca.



FICÇÕES DO INTERLÚDIO

I
PLENILÚNIO
As horas pela alameda
Arrastam vestes de seda,

Vestes de seda sonhada
Pela alameda alongada

Sob o azular do luar...
E ouve-se no ar a expirar –

A expirar mas nunca expira –
Uma flauta que delira,

Que é mais a ideia de ouvi-la
Que ouvi-la quase tranquila

Pelo ar a ondear e a ir...

Silêncio a tremeluzir


II
SAUDADE DADA
Em horas inda louras, lindas
Clorindas e Belindas, brandas,
Brincam no tempo das berlindas,
As vindas vendo das varandas.
De ouvem vir a rir a vindas
Fitam a frio as frias bandas.

Mas em torno à tarde se entorna
A atordoar o ar que arde
Que a eterna tarde já não torna!
E em tom de atoarda todo o alarde
Do adornado ardor transtorna
No ar de torpor da tarda tarde.

E há nevoentos desencantos
Dos encantos dos pensamentos
Nos santos lentos dos recantos
Dos bentos cantos dos conventos...
Prantos de intentos, lentos, tantos
Que encantam os atentos ventos.


III
PIERROT BÊBADO
Nas ruas da feira,
Da feira deserta,
Só a lua cheia
Branqueia e clareia
As ruas da feira
Na noite entreaberta.

Só a lua alva
Branqueia e clareia
A paisagem calva
De abandono e alva
Alegria alheia.

Bêbada branqueia
Como pela areia
Nas ruas da feira,
Da feira deserta,
Na noite já cheia
De sombra entreaberta.

A lua baqueia
Nas ruas da feira
Deserta e incerta...


IV
MINUETE INVISÍVEL
Elas são vaporosas,
Pálidas sombras, as rosas
Nadas da hora lunar...

Vêm, aéreas, dançar
Como perfumes soltos
Entre os canteiros e os buxos...
Chora no som dos repuxos
O ritmo que há nos seus vultos...

Passam e agitam a brisa...
Pálida, à pompa indecisa
Da sua flébil demora
Paira em auréola à hora...

Passam nos ritmos da sombra...
Ora é uma folha que tomba,
Ora uma brisa que treme
Sua leveza solene...

E assim vão indo, delindo
Seu perfil único e lindo,
Seu vulto feito de todas,
Nas alamedas, em rodas
No jardim lívido e frio...

Passam sozinhas, a fio,
Como um fumo indo, a rarear,
Pelo ar longínquo e vazio,
Sob o, disperso pelo ar,
Pálido pálio lunar...


V
HIEMAL
Baladas de uma outra terra, aliadas
Às saudades das fadas, amadas por gnomos idos,
Retinem lívidas ainda aos ouvidos
Dos luares das altas noites aladas...
Pelos canais barcas erradas
Segredam-se rumos descridos...

E tresloucadas ou casadas com o som das baladas,
As fadas são belas, e as estrelas
São delas... Ei-las alheadas...

E são fumos os rumos das barcas sonhadas,
Nos canais fatais iguais de erradas,
As barcas parcas das fadas,
Das fadas aladas e hiemais
E caladas...

Toadas afastadas, irreais, de baladas...


.


.

jeudi 23 juin 2011

Versitos para o 'Corpus Christi'

"Je me crois en enfer, donc j'y suis..."
- Rimbaud



"No pagão pecado
não há. Apenas no olhar
do cristão está."


or still...

"God,
indeed,
is odd
in deeds."



- Grande abraço e bom feriado!
=D


mercredi 22 juin 2011

1916

Voilà mais uma seleção de versos do poeta Fernando Pessoa. Estes são de 1916...



NOS BANCOS dos jardins
De outrora, nos passeios
Por alamedas, nos enfins
Levianos de vãos enleios...
Que leve arfar de suspeitados seios
Um gesto fazendo soar cetins...



NÃO SEI, AMA, onde era;
Nunca o saberei...
Sei que era primavera
E o jardim do rei...
(Filha, quem o soubera!)

Que azul tão azul tinha
Ali o azul do céu!
Se eu não era a rainha,
Porque era todo meu?
(Filha, quem o adivinha?)

E o jardim tinha flores
De que não me sei lembrar...
Flores de tantas cores...
Penso e fico a chorar...
(Filha, os sonhos são dores...)

Qualquer dia viria
Qualquer cousa a fazer
De aquela alegria
Mais alegria nascer
(Filha, o resto é morrer...)

Conta-me contos, ama...
Todos os contos são
Esse dia, e jardim e a dama
Que eu fui nessa solidão...
(Filha, sonhar é vão...)



FECHO OS OLHOS, medito
E, se invoco, revivo
Um momento - meu ser é infinito
No inteiro eu entre mim e o que fui
Depois estagno, e o meu ser morto e esquivo
Rio fundo por mim flui.


TANGE A TUA FLAUTA, pastor. Esta tarde
Pertence à dor, à tua dor que em mim arde.

Tange por isso pastor, a tua flauta a tremer.
Tange, tange, para que eu me não sinta sofrer.

Leve, um vento antigo passa entre ti e mim.
Leve, o vento regressa, e a música está no fim.

Mas nunca haverá fim ou música em meu tormento.
Tange outra vez a flauta, pastor. Deixa o vento

Estar entre ti e mim outra vez, como a sombra triste
Que está na tua alma, e na minha alma, e não existe.



NADA NOS FAÇA DOR,
Nada nos canse de olhar,
Vivamos no torpor
De observar e ignorar.

Com o vago pensamento
De ir vindo na corrente...
Vivamos o momento
Irresponsavelmente.



SERÁ PARA ALÉM do mar...
Desoladoramente...
Não haverá chorar...
Nada entre
Nós e amar.

Tudo como o sonho –
A sombra, o lago...
Sobre o ar em que ponho
O meu afago.

Ninguém... Nem eu
Talvez ali...
Não sei como vi...
Choro... Morreu
Quem ma deu...

E este meu percalço
Meu ser descalço
Não é verdade
Nem é falso

Nem sonhado, ou real...
Intermédio...
O vago igual
À beira do tédio
E da vida ser um mal.



ALGA
Passa na noite calma
O silêncio da brisa...
Acontece-me á alma
Qualquer cousa imprecisa...

Uma porta entreaberta...
Um sorriso em descrença...
A ânsia que não acerta
Com aquilo em que pensa.

Sombra, dúvida, elevo-a
Até quem me suponho,
E a sua voz de névoa
Roça pelo meu sonho...


HÁ UMA VAGA mágoa
No meu coração.
Como que um som de água
Suma solidão...
Um som tênue de água...

Memoro o que, morto,
Ainda vive em mim
Memoro-o, absorto
Num sonho sem fim,
Estéril e absorto.

Será que me basta
Esta vida em vão?
Que nada se afasta
Da sua solidão...
Nem de mim me afasta?

Não sei. Sofro o acaso
Da mágoa em meu ser...
Cismo, e há em mim o ocaso
Do que quis viver –
Sempre só o ocaso.



BÓIAM NO ‘SPAÇO
Sempre sem rastros,
Mesmo ideais,
Pálidos astros,
Sóis espectrais.

Sombras dos pontos
Certos e incertos
Onde luz são,
‘Spaços desertos
Da luz que dão.

Meu pensamento
Longe os divisa
Conhece-os sem
Visão precisa...
Olhos do Além.

Meu pensamento
Sem qu’rer os usa
Para os temer...
Astros na abstrusa
Sombra a tremer...

Horas do ‘spaço,
Harpas do acaso
No sonho meu...
Brilham no raso,
Marmóreo céu

Qual é o sentido
Que lhes pertence,
No magno mar
De sonho ausente
Ao lhes mirar?



.


.

lundi 20 juin 2011

Lecture du "Petit Prince"

Je vous présente une adresse électronique (sur YouTube) où vous allez trouver une belle lecture du livre "LE PETIT PRINCE".



Je vous conseille de regarder cette vidéo (indépendamment de votre niveau en français), parce que vous pouvez entrainer votre prononciation, votre capacité d'écoute et augmenter votre vocabulaire.

Alors, allez-y!!! Profitez!!!






Au revoir!

Rafael Guimarães Silva.


.


.

jeudi 16 juin 2011

Défense de l'apprentissage traditionnel

À force des circonstances, je dois m'adresser directement aux élèves, surtout, à ceux qui me trouvent sadique au niveau de l'évaluation des notes. Je crois que le dialogue c'est la façon la plus correcte d'arriver au consensus, en évitant tous des contresens. Alors, auparavant j'exprimerai mon avis sur la question de l'évaluation des connaissances linguistiques.

D'abord, je dois éclaircir mon opinion sur l'importance de l'étude d'une langue étrangère. Que cette étude n'est pas un passe-temps (comme quelques-uns veulent), mais, tout à fait au contraire, qu'elle est matière de grande importance. Vu que c'est avec cette langue qu'on pourra nous exprimer (à l'étranger, par exemple) ou qu'on comprendra ce que veut dire une personne qui ne parle pas notre propre langue, je suis d'opinion que l'étude linguistique mérite tous nos efforts.

Comme si ça ne suffisait pas, on sait encore que l'aptitude de s'exprimer dans une langue est directement liée au développement de toute notre faculté d'expression. Alors, en apprenant une langue etrangère, on développe toutes nos capacités de transmettre une idée - même dans notre langue natale.

De plus, je ne dois pas oublier de mentionner les frissons qu'on sent lorsque le majestueux portail de l'édifice d'une culture (encore inconnue) s'ouvre devant nous. Il y se revèlent des poésies, des histoires, des légendes même - des musiques exotiques, plusieurs expressions des beaux-arts... Des possibilités infinies! La clef de cet édifice c'est la langue elle-même et la façon d'obtenir cette clef c'est l'étude... c'est l'effort!

Pour tout cela, je pense que personne n'a le droit de refuser l'importance de l'étude linguistique. Ainsi, si nous sommes tous d'accord avec cette conclusion, je voudrais bien vous conduire au point que je considère le plus décisif de mon exposition.

À l'égard de l'importance donnée à l'apprentissage d'une langue étrangère, rien ne peut nous empêcher d'apprendre le minimum necessaire pour nous faire comprendre. Et voici le rôle du professeur... L'homme dont le devoir c'est de nous signaler le droit chemin à parcourir avant d'acquérir la proficience* dans une langue.

Ce chemin est long, on sait, mais - avec son aide - il est moins pénible. C'est le professeur qui nous pointe la direction à suivre et c'est lui aussi qui nous dit comment on fait pour devenir fort (à fin de ne pas subir aux difficultés contournables). Voilà l'importance de faire les devoirs, dont je parle toujours... Ou celle des exercices d'audio... Ou encore de la lecture, de l'écriture, et caetera...

Une fois qu'on a dejà regardé la question de ce point de vue, on arrive à la conclusion (tout à fait inévitable) qu'on ne doit économiser aucun effort pour apprendre une langue; qu'on doit faire les devoirs; qu'il faut se soumettre à la fatigue des exercices répétés, même quand on n'a plus de force; qu'il faut écouter attentivement les explications; qu'il ne faut pas manquer les classes; finalement... qu'il faut se dédier.

Si on arrive à accomplir tout cela, la exécution d'un éxamen - même le plus difficile du monde - ne nous imposera pas de problème. Il ne sera plus qu'une confirmation de tout ce qu'on a appris... Une évaluation par laquel le professeur découvrira les points forts et les points faibles dans les connaissances de ses élèves, en trouvant lui-aussi ses propres faiblesses.

Moi, j'ai appris la langue française sur l'égide de Baudelaire, que j'ai connu via une édition bilingue des Fleurs du Mal. Cette connaissance s'est endurcie sous le feu des entraînements à la Légion Étrangère - l'enfer où j'ai vécu pendant 8 mois.

Alors, ne croyez pas qui vous auriez des classes qui sembleraient des sessions thérapeutiques en groupe - îci, ou vous parlez français, ou vous n'êtes pas...




* Proficience (néologisme dont la définition c'est: pleine capacité, aptitude...)

_________________________


(Voilà une musique de ma chère Légion Étrangère qui a tout à voir avec ce sujet là...
POUR ÊTRE LE PREMIER)



.


.

1915

Do grande autor português, Fernando Pessoa, outra seleção de poemas (alguns inéditos!)... Estes, de 1915:



DEUS SABE melhor do que eu
Quem eu sou
Por isso a sorte que me deu
É aquela em que melhor estou.

Deus sabe quem eu sou e alinha
Minhas acções
Duma forma que não é a minha,
Mas que tem íntimas razões.


EU SÓ TENHO o que não quero
E a vida é pouco p’ra mim...
Não sei por que coisa espero
Nem se a quererei enfim...

Conto as horas como moedas
Que nunca penso em gastar...
E como quem rasga sedas
Não uso o que quero usar.

Quem me dera poder ter
Alguma cousa na vida
Que chorar ou que querer...
Ó pobre à porta da ermida...


NÃO ME PERGUNTES por que estou triste...
Fico mais triste por não poder
Dizer-te porque esta dor existe.
E nunca cessa de me vencer.

Ah, ausente lugar da minha mágoa,
Numa ilha cheia de sol e flores
Deve haver ritmos de brisas e água
Batendo às almas por paz e amores.

Deve haver dias ali felizes,
Horas que passam sem se falar...
Ó Morte, dize-me em que países
Guardas a vida de além do Mar?...

Dize baixinho, no meu ouvido,
A que distância deste meu ser
Puseste aquilo que eu hei perdido
Antes de a vida me conhecer...

E depois leva-me até essa ilha,
Leva-me longe, perdido em ir...
Ah, o rasto da água que ao luar brilha!
Ah, a viagem para Existir...!


DO ALTO DA CIDADE
Olho e em baixo, profusa,
A multiplicidade
Tão nítida e confusa
Das casas da cidade...

O céu é todo azul
E a cidade é vazia
Há um calor que me esfria
No seu gesto de sul
Sob o céu todo azul...

Sim, dessa mole mista
De casas, tectos, espaços
Sai um hálito a cansaços
Que sem qu’rer me contrista
Numa oca angústia mista...

Porque é que me entristece
Ver ao sol a cidade
Que parece se invade
De vida e ao sol se aquece
Até que se entristece?

Nunca sei porque sinto...
Mas uma angústia enorme
Rompe em mim um recinto...
Acorda o que em mim dorme
E é a dor que sempre sinto...

A mágoa inconsolada
De não ter não sei quê...
O que é que a cidade é
Que sem ser p’ra mim nada
Faz-me a alma inconsolada?

O que há neste alvo vulto
Que me lembra a tristeza?
É uma vaga beleza
Que busca em mim um culto
Para a alma do seu vulto?

Não sei... Ah, triste, triste...
Tão triste ao vê-la assim
Alegre... Ruas, jardim...
As casas... Isto existe...
Com que angústia estou triste!


TROUXERAM-NA MORTA,
Tirada da água...
Trouxeram-na morta...
Tocaram os sinos
Por toda la magoa
De anciões e meninos...

Trouxeram-na quatro
Seus olhos sem par
Não tinham fulgor
Trouxeram-na quatro...
Seu noivo, o alvar,
Seu irmão maior
E um que a viu achar.

No rio a encontraram,
No rio a entreviram...
No rio a encontraram
De brancuras corando...
Seu nome era brando...
Do rio a tiraram...

Sua boca era muda...
Algas seus cabelos
Sua boca era muda...
Seus olhos – só vê-los
Sonhava revê-los
Na antiga postura
Em que eram tão belos...
No rio a encontraram
À tarde, à ventura...

A quatro a trouxeram
P’ra casa dos pais...
A quatro a trouxeram
Chorando, chorando
P’ra casa dos pais...
Seu nome era brando
Como a dor sem ais...

Trouxeram-na morta...
Tão branca, sem par
Sua face absorta,
Só em se deixar
Ficar assim morta...
Que importa? Que importa?
Deus há-de explicar.


EM DIAS LEVES, sonolentos,
Por violentos e esbatidos
(Carícias as antigas) ventos
Contra portões adormecidos,
Perdidos gritos, sim, gemidos
Dos meros ecos friorentos.

E em congruência com a esfinge
Que de cansaço e de demora,
Sombra de abraço agora, tinge
A cor de dor fora da Hora,
Ergue olhos d’ódios, pára e chora
E o seu pranto meu espanto atinge.

Nexos sangrentos por opalas
Que um tédio-névoa em nós seduz
No eco vão das tuas falas
E tudo se reduz a luz.
Puseram teu nome na cruz
Pelo incenso que nele exalas.


O MEU TÉDIO não dorme,
Cansado existe em mim
Como uma dor informe
Que não tem causa ou fim...


QUE VINDA SOMBRA
meu coração
Resfria e ensombra?

Que vago mal
Torna minha alma
À sombra igual?

Não sei. Que há entre
Mim e a tristeza?
Não sei, mas sempre

Meu pensamento
Adoece, sempre
Só a mim atento.

Ó brisa vaga,
Passa por mim,
Vem e embriaga

De esp’rança ao menos
Meus doloridos
Dias serenos.


COM TUAS MÃOS piedosas
Faz gestos a sonhar,
Como quem colhe rosas
E acha divino olhar,
Com tuas mãos piedosas
Faze-me repousar...

Sim, os teus gestos lentos,
Teus gestos suaves são
Guias que os pensamentos
Me guiam p’ra a ilusão
Sim, os teus gestos lentos,
Acabando em perdão...

Com tão Madona arte
De exisitires no gesto
Juntas ao meu ser parte
Do que perde, que imerso
No teu gesto e na Madona arte
Me desencontro e cesso.


ACORDA. Vem
Até ao mar
As ondas têm
Um vago amar.

Há um calmo fim
Ao pensamento
No mar, assim
Cessado o vento.

A hora salga
De calma a dor...
Uma e outra alga
Doem-lhe à flor...

Vem tão comigo
Por tal caminho
Que eu contigo
Me creia sozinho...

Tanto pertenças
Ao meu pensar
Que as duas presenças –
Tu e do mar –

Não sejam mais
Que a calma triste
Sem nexo ou ais
Que em mim existe...

Ah, desejar!
Amar, sofrer!
Eu, tu e o mar...
Como dói ser!

Vem ajudar
Meu pensamento
A dispersar
P’lo mar sem vento.


A REVOLUÇÃO
Ruge a alegria da revolta
Nas nossas ruas concorridas...
De quando em quando o canhão solta
As ocas vozes desmedidas...

O crebro e acre estralejar
Da nítida fuzilaria
Ocupa as curvas do ar
Com a sua certeza fria...

Cai a noite, mas continua
Na incerta inclinação da hora
A voz dos tiros, cousa nua
No ouvido que conhece e ignora.

Uma febre ligeira toma
Os nervos deslocadamente...
Cada minuto ao longe assoma
Em solidão à alma ausente...

Que querem todos? Nada... Um palmo
De ilusão mais sobre nuvens belas...
E cobre tudo, alheio e calmo
O céu, tão plácido de estrelas.


PESCADOR DO MAR ALTO,
Deus te dê boa pesca!
Tu estás com tua tarefa
E eu a tudo falto...
Pescador
O que és tu para seres mais feliz do que eu?

Tens a alma guardada
No cofre da inconsciência...
E a lúcida inocência
Que vem de não ser nada...
Teu caminho na vida
É claro e a estrada que tu segues definida.

Vais só até a morte...
Corres os riscos teus
Menos fiado em Deus
Do que na tua sorte...
Esta é a verdade. O resto
Não importa... Eu porque é que te não detesto?

Meu Deus! Ter-te por alma!
Não ser inteiramente
Mais que eu realmente.
Que benévola calma
Para com o meu ser...
Assim... Olho-te e não sei o que hei-de dizer...

Teu barco alça a vela...
Segues pelo mar fora...
Deus te dê boa hora
E uma amiga estrela!
Sabe sempre ficar
Ignorante, audaz, livre, alegre e ligeiro como o mar

Olha. Eu tenho a alma alta
E o pensamento atento...
Sofro do pensamento
E a alma em falta
Por isto invejo o teu
Sono da vida activa sob o infinito céu.

Ah, como o mar te mete
O ar claro nos pulmões,
Às minhas ilusões,
Ó amigo, promete
Não seres mais do que és
E eu poderia, cantando-te, sentir-me-te uma vez.


ESCREVO, e sei que a minha obra é má.
Não farei aquilo que hoje quero.
Se penso nisto, desespero
E não sei para onde vá
O tédio que comigo está.
Ave, passa, passa...
Tudo me ultrapassa...


O BARCO ABANDONADO
O esforço é doloroso...
Deixemo-nos ir
Pelo mundo ocioso
Como que a sorrir...

Numa incerta mágoa,
Num sem querer mudo,
Sejamos como a água
Que reflecte tudo...

De que serve a vida?
Para quê a dor?
O bom sol convida
A um feliz torpor...

Vamos indo, indo,
Sem se definir
Ao nosso mar infindo
P’ra onde queremos ir...

Lá iremos ter...
Lá – parte nenhuma
Vida que viver...
Sussurro de espuma...

Mágoa incerta e vasta,
Céu azul e claro...
Como a dor contrasta
Com o ócio em que paro...

Que quero eu dizer
Com a minha vida?
Saiba eu não o saber...
Leve a alma dormida.

Estrela em sossego,
Feneça no afago
Duma brisa ao cego
Silêncio dum lago.

P’ra além do momento
Há todo o céu fundo,
E o movimento
Do abstracto mundo.

Que importa? Nas águas
Quando se reflecte
O verdor das fráguas
Nada se promete...

Tudo é como é
Sem que seja nada...
Quem me dera a fé
E o sol sobre a estrada!

O rio não tem ponte.
A alma não tem cor...
O sol, que desponte
Mas nunca o amor...

Grácil, fugidia
Demora da vida
Na tristeza fria
Que a faz comovida...

O sonho em botão,
A dor em acerto
Com a conclusão
Do mistério incerto.

Palavras perdidas...
A casa da alma
Quem me dera a calma
E as horas idas!


.


.

lundi 13 juin 2011

Cinéma français à Belo (24/06 jusqu'au 30/06)

Quelques exhibitions auront lieu dans le "Espaço OI de Cultura", du 24 juin jusqu'au 30.

Regardez la programation et essayez d'y aller!




.


.

mardi 7 juin 2011

L'HORLOGE (Le Spleen de Paris)

[Voilà un beau texte de Baudelaire où nous allons nous entraîner aux temps du passé...]



par Baudelaire.

Les Chinois voient l’heure dans l’œil des chats.

Un jour un missionnaire, se promenait dans la banlieue de Nankin quand il s'est aperçu qu’il avait oublié sa montre, et a demandé à un petit garçon quelle heure il était.

Le gamin du céleste Empire a hésité d’abord ; puis, il a changé d'avis et il a répondu : « Je vais vous le dire ». Peu d’instants après, il a reparu, avec un fort gros chat entre ses bras, et le regardant, comme on dit, dans le blanc des yeux, il a affirmé sans hésiter : « Il n’est pas encore tout à fait midi. » Ce qui était vrai.

Pour moi, si je me penche vers la belle Féline, la si bien nommée, qui est à la fois l’honneur de son sexe, l’orgueil de mon cœur et le parfum de mon esprit, que ce soit la nuit, que ce soit le jour, dans la pleine lumière ou dans l’ombre opaque, au fond de ses yeux adorables je vois toujours l’heure distinctement, toujours la même, une heure vaste, solennelle, grande comme l’espace, sans divisions de minutes ni de secondes, — une heure immobile qui n’est pas marquée sur les horloges, et cependant légère comme un soupir, rapide comme un coup d’œil.

Et si quelque importun venait me déranger pendant que mon regard repose sur ce délicieux cadran, si quelque Génie malhonnête et intolérant, quelque Démon du contre-temps venait me dire : « Que regardes-tu là avec tant de soin ? Que cherches-tu dans les yeux de cet être ? Y vois-tu l’heure, mortel prodigue et fainéant ? » je répondrais sans hésiter : « Oui, je vois l’heure ; il est l’Éternité ! »

N’est-ce pas, madame, que voici un madrigal vraiment méritoire, et aussi emphatique que vous-même ? En vérité, j’ai eu tant de plaisir à broder cette prétentieuse galanterie, que je ne vous demanderai rien en échange.


1- Le missionaire...

a) ... passait à cheval dans la banlieue de Nankin, quand il a rémarqué qu’il n’avait pas de montre.

b) ... se baladait à Nankin, mais il n’avait pas de montre.

c) ... faisait une promenade, quand il s’est aperçu tout seul quelle heure il était.


2- L’auteur du texte...

a) ... a essayé de regarder dans les yeux des chats, mais il n’a pas découvert l’heure.

b) ... a vu une heure immobile qui n’est pas marquée sur les horloges lorsque il a regardé dans les yeux d’un chat.

c) ... voyait toujours la même heure lorsqu’il regardait les yeux de la femme qu’il aimait.


3- Le petit gamin du céleste Empire...

a) ... pouvait dire l’heure correctement s’il regardait dans les yeux d’un chat.

b) ... savait l’heure lorsqu’il se regardait dans le blanc des yeux.

c) ... cachait une montre dans son poche pour découvrir qu’elle heure il était.


4- À la fin du texte, l’auteur...

a) ... prend congé.

b) ... écrit un éloge sur le propre texte.

c) ... laisse une dernière galanterie et fait une demande.









Réponses: 1) b, 2) c, 3) a, 4) b.


.

Exercices

Littérature

.


dimanche 5 juin 2011

Mostra Inéditos BH

Voilà un évènement à ne pas perdre!!!

"Mostra Inéditos BH" dont le propos c'est de présenter des films contemporains importants qui ne sont pas arrivés au Belo Horizonte! Alors, vous allez trouver excellents oeuvres d'art, pour des prix très modestes (5R$!). Trois films français seront exhibés, bien comme trois autres.

Cette opportunité imperdable se passera au "Palácio das Artes", jusqu'au 19 juin. Alors, depechez-vous!

Voilà l'adresse où vous allez trouver plus d'informations (comme des horaires, des synopsis, et caetera)... http://www.fcs.mg.gov.br/agenda/2123,mostra-ineditos-bh.aspx


Au revoir!

.


.

vendredi 3 juin 2011

Nouveau design!!!

Pour faire le blog, peut-être, un peu plus "français" - ou pour vous aider à mieux apprendre cette merveilleuse langue - j'ai décidé de changer notre vieux design... Qu'est-que vous en pensez? J'espère que vous êtes tous d'accord..!

Souvenez-vous, pourtant, que la qualité des rapports, des textes et des poésies va seulement augmenter!

Je profite de cette occasion pour dire que même si la fin du semestre arrive vite et si les responsabilités viennent avec elle, vous devez profiter pour étudier le plus possible afin de réussir vos examens de français... D'accord?!

Ah... Et écoutez cette belle musique de la Légion Étrangère, dont les paroles suivent juste en bas..!



MASSARI MARIE

Massari Marie est si loin de mon cœur
Et je crois en son amour
Car c’est entre ses mains que j’ai remis mon bonheur
Et je veux la revoir un jour.

Je veux revoir mon vieux Transvaal
Ma ferme au toit de chaume
Où le bon parfum du miel
Et le conifère embaument,
L’air pur et clair comme un cristal.

Où le bon parfum du miel
Et le conifère embaument,
L’air pur et clair comme un cristal.

Lorsque j’étais petit je croyais qu’un démon
Veindrait me ravir à ma maison
Mais lorsque je fus grand,
Ce fut une horrible guerre
Qui m’emmena loin de mes terres.

Je veux revoir mon vieux Transvaal
Ma ferme au toit de chaume
Où le bon parfum du miel
Et le conifère embaument,
L’air pur et clair comme un cristal.

Où le bon parfum du miel
Et le conifère embaument,
L’air pur et clair comme un cristal.




Au revoir..!


Daudet, Alphonse

Alphonse Daudet naît à Nîmes le 13 mai 1840. Il entre en sixième au lycée Ampère. En 1856, son père, commerçant en soieries, se ruine. Alphonse doit renoncer à passer son baccalauréat et devient maître d'étude au collège d'Alès. Cette pénible expérience constitue la matière autobiographique de son premier vrai roman, "Le Petit Chose" (1868).

Pour des raisons mal élucidées, Daudet rejoint son frère à Paris où il mène une vie de bohème. Il publie en 1858, un recueil de vers, les "Amoureuses". En 1859, il fait la connaissance du poète Frédéric Mistral. Il pénètre dans quelques salons littéraires et collabore à plusieurs journaux - Paris-Journal, L'Universel et au Figaro. Il devient, l'année suivante, secrétaire chez le duc de Morny, (personnage influent du second Empire). Il écrit des contes, des chroniques et recueille des « fantaisies » sous le titre "Le Roman du chaperon rouge", en 1862.




Daudet passe l'été 1864 à Fontvieille, près d'Arles, et rassemble des chroniques provençales, notes et impressions, qui, remaniées et regroupées, deviennent "Les Lettres de mon moulin" (1869).

La mort subite du Duc de Morny en 1865 laisse Daudet dans une situation matérielle précaire. Daudet se consacre alors seulement à l'écriture, comme chroniqueur – notamment au Figaro – mais aussi comme romancier.

En janvier 1867, il épouse Julie Allard qui lui donne son premier fils, Léon. Il fait paraître en 1869, "Les Lettres de mon moulin" qui lui donne brusquement la notoriété.

Daudet est fait chevalier de la 'Légion d'honneur' en 1870. Pendant la guerre et le siège de Paris, il est dans la garde nationale ; il quitte la capitale en avril 1871.



Daudet s'oriente alors dans une nouvelle voie et devient romancier de moeurs contemporaines. Son premier roman réaliste, "Fromont jeune et Risler aîné", triomphe en 1874. Il peint les malchanceux (Jack, 1876), les puissants du jour (Le Nabab, 1877), les souvenirs déchus (les Rois en exil, 1879), les politiciens, (Numa Roumestan, 1881) ; il dénonce les méfaits du fanatisme religieux (l'Évangeliste, 1883), décrit les coulisses de l'Académie (L'Immortel, 1890). Depuis quelques années, Daudet s'est lié d'amitié avec tout ce que le monde littéraire et artistique compte d'important : Flaubert, Tourgueniev, Goncourt, Zola, Hugo, Renoir, Manet, Monet, la princesse Mathilde….. Son succès ne cesse de grandir et atteint alors ses ouvrages précédents : "Les lettres de mon moulin" qui vont devenir l'œuvre la plus connue.

Daudet subit alors les premières atteintes d'une maladie incurable, mais continue de publier jusqu'en 1895. Il meurt le 16 décembre 1897 à Champrosay.



Un petit conte de Daudet:




.


.