mardi 27 décembre 2011


"Um coração cheio,
em nenhuma outra paixão,
achará enleio..."


et la beauté tragique de ce mot, sans apostrophe ou lettre majuscule:

jaimais


...

mardi 13 décembre 2011

Aviso



Gostaria de avisar ao (ev[en/ir]tual) leitor que acompanha as mais diversas postagens do blog, que devo me ausentar por um período de uma semana. Tenho certeza de que, forças renovadas, termino esta tradução de "Nos Cumes do Desespero" (do filósofo romeno Cioran) e volto a me dedicar a alguma poesia... Talvez uma tradução do Rim/baud/elaire (ainda que já existam aos montes). Sabe-se lá!

Qualquer dúvida, sugestão, pedido ou reclamação (a gente se esforça, mas a obra é eterna e o espírito é fraco), basta entrar em contato por aqui ou pelo gts.rafa@hotmail.com

Grande abraço e boa leitura!

Rafael.


vendredi 9 décembre 2011

Madame Bovary

texte écrit par les élèves Monique et Sérgio.

Réalisateur: Claude Chabrol



Le film “Madame Bovary” raconte la histoire d’une femme appelée Emma, qui décide de se marier avec le médicin Charles Bovary, afin de sortir d’une vie monotone dans la ferme de son père.

Après le mariage, la vie idealisée par madame Bovary est trés differente de sa routine. Pour cette raison elle commence à chercher la felicité avec d'autres hommes, des fêtes, des robes et des produits chers. Pas même la naissance de sa fille apporte le bonheur à sa vie.

Madame Bovary est une femme qui essaie d'être heureuse à tout prix, mais toutes ses actions lui causent des souffrances. Ses dettes devront être payées par elle et par ceux qui l'aiment.






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acerte

um coração preenchido
é como uma taça cheia
não adianta servi-lo
com o que quer que seja
antes que tenha sido
sorvida a outra certeza.


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jeudi 8 décembre 2011

Labor concreto


(clique sobre a imagem para ampliá-la)





& se não perceberam que poesia é linguagem & se não aprenderam com Poe & Mallarmé & Valéry sobre Mallarmé que poesia é linguagem & se não perceberam com Pound sobre Camões que poesia não é bem literatura & com Maiakóvski que a poesia só admite uma forma concisão precisão das fórmulas matemáticas & se não perceberam com Sousândrade & Oswald (João Miramar & Poesias Reunidas finalmente de novo na praça – que vocês estão esperando?) & com os poetas concretos que poesia é linguagem (& não língua) & que o que se costuma chamar de poesia chegou ao fim & se sequer perceberam que a palavra escrita é apenas uma codificação convencional da palavra falada & se ainda se preocupam com a correção ortográfica & não se aperceberam das novas realidades gráficas tipográficas magnetofônicas audiovisuais & se não perceberam isso muito menos vão perceber que a nova poesia nasceu sob os seus narizes por um descuido do sistema & esta revolução permanente é protótipo & não tipo & alimenta a invenção contínua da linguagem & chegou ao fim o que se costuma chamar de poesia & chegou ao começo a poesia concreta que eles tendem a não chamar de poesia & é explicável & ainda bem & Nathalie Sarraute chegou aqui & disse uma coisa exepcional & disse que uma coisa só pode ser considerada belo dentro de padrões já existentes & o belo só existe dentro de padrões & já estas coisas vão por nossa conta & você não reconhecerá o belo no signo novo é óbvio & a busca do belo conduz ao esteticismo & a busca do eidos belo é coisa de idiotas & alienados & o belo se existe só existe útil & momentaneamente na sociedade de consumo em massa por uma lógica estatística de preferência & se vocês quiserem as coisas muito bem explicadinhas nos seus mínimos detalhes nós não vamos fornecer & nós não temos feito outra coisa há mais de dez anos agora chega & se vocês quiserem para começar leiam a Teoria da Poesia Concreta provavelmente na Biblioteca Municipal de S. Paulo & se vocês detestam a poesia concreta procurem o verbete semantics na ençaiclopídia britannica para saber de mil formas de corromper os moços vide Pirandello Os velhos e os moços & uma delas é a defesa do verso & os moços defenderão o verso até a morte & tudo serve para defender o verso a começar pela psicologia ah o mistério da criação & a psicologia experimental que é a única que conta já partiu para a linguagem & a poesia experimental que é a única que conta é a linguagem das linguagens ao nível sensível como a matemática o é ao nível da lógica & lançam mão de tudo para salvar o verso ritmo linear lógica aristotélico-discursiva inerente aos sistemas linguísticos não-isolantes (as coisas muito bem explicadinhas…) & lançam mão do folclore outra vez que chato & se necessário lançarão mão da palavra nacionalismo & o que estamos vendo de novo em processo é a provincianização da cultura & não é à toa que certos trechos do Bicho lembram o Juca Mulato & que na capa da Revista Civilização Brasileira aparece aquele pescador típico dos velhos bons tempos & a rede de nylon não apodrece não precisa secar pesa sete vezes menos & os grandes países pesqueiros com barcos-fábrica e sonar para localizar cardumes são os primeiros interessados em financiar o nosso folclore… & mais a praga do neo-colonial nos móveis & imóveis & a praga de praxis concreto aguado & os críticos sociológicos são os novos gramáticos & João Gilberto foi mandado às favas & hoje nos deliciamos com A Banda & Disparada é claro que o consumo busca o seu leito natural na média comunicativa & Oswald mostrou que é possível radicalizar-se a média com Sócrates & Tarzan & que são revoluções sendo radicalizações da média? & tudo serve para salvar o verso & é preciso pensar em termos de VERSUS & Erik Satie realizou ao nível semântico-pragmático o que Webern realizou no sintático & da forma nasce a idéia disse Flaubert & a Teoria da Informação & Marshall McLuhan estão comprovando & é preciso distinguir entre conteúdo e significado para não parafrasear conteúdos já catalogados & sim criar SIGNIficados novos função de poeta & certa vez um bi-acadêmico poeta de “vanguarda” nos disse: o arco não pode permanecer tenso o tempo todo um dia tem de afrouxar & um dia vocês têm de afrouxar & nós: na geléia geral brasileira alguém tem de exercer as funções da medula e de osso &



Décio Pignatari

(Publicado originalmente em Invenção n. 5, ano 6, Dez. 1966-Jan 1967, São Paulo, Edições Invenção)

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mardi 6 décembre 2011

La peur

T'as peur. Oui, et ta peur
t'interdit le vol. Tu ne peux
ni aller, ni rester... Sous la lueur,
arrêtée, tu me sembles ceux
qui n'arrivent pas à pleurer;
comme si, au lieu des yeux,
demeuraient deux blocs de pierre,
où l'on lisait: LA PEUR.

Il n'est pas d'énergie
rester immobile devant le danger
par peur de périr.

Il n'est pas pas de beauté
rester insensible devant le désir,
par peur de céder.

L'Ange de la Mort est venu
trop tôt pour toi. Tu respires
encore, mais tu ne vis plus.

Mais de tout ça, le pire
c'est conclure comme j'ai conclu -
"je ne veux que son sourire."

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samedi 3 décembre 2011

Eu seio

Quando eu sei os
teus seios
entre meus dedos,
não permaneço
mais sóbrio,
mas bêbo
de tudo
o que soube -

e num arroubo
me faço mudo,
em meio à salgada
realidade molhada
de um choro doce
que aos olhos trouxe
o silêncio dito:


Quando eu sei os
...



"If the doors of perceptions were cleansed, everything would appear to man as it is, infinite..."
- William Blake

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Versão do poema em francês:

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jeudi 1 décembre 2011

Hiroshima, mon amour

texte écrit par les élèves Monique et Sérgio

Réalisateur: Alain Resnais



Le film “Hiroshima, Mon Amour” raconte l'histoire d’une femme française qui est une actrice, mariée et qui est née à Nevers, où elle a vécu un grand amour pendant la Seconde Guerre Mondiale. À Nevers, elle était jeune et elle est tombée amoureuse d'un soldat allemand, mort le derniére jour de la Guerre. Aprés 14 ans, elle va à Hiroshima pour jouer dans un filme qui parle sur la paix. Là-bas elle connait et tombe amoureuse d’un architecte japonais – fact qui symbolise l’experience d’un autre amour prohibé.

Le film est rempli de dialogues qui comprennent le passé et le présent, mélangeant la souffrance d'amour avec des souffrances causées par la guerre.



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Cinéma

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Je seins




Quand je sens
tes seins
entre mes mains,
je ne me sens
plus sain,
mais soûl
de tout
ce que j'ai su -

je ne suis plus
sûr de rien,
sauf du sel
mouillé du réel
d'un pleur doux
à l'heure où
j'ai pu dire:


Quand je sens
...



"If the doors of perceptions were cleansed, everything would appear to man as it is, infinite..."

- William Blake

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Version du poème en portugais:

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vendredi 25 novembre 2011

Pensées

Je ne pense pas que je sois.

L'obligation d'être heureux
nous rend creux.

& le bonheur coûte cher.

Je suis un peu trop vieux,
peut-être, pour Rimbaud.

Intraduisible vérité.

Ce qu'on fait îci-bas,
on paie aussitôt.

Il ne nous reste qu'adieu.


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mercredi 23 novembre 2011

Les quatre cents coups

texte écrit par les élèves Sérgio et Monique.

Réalisateur: François Truffaut
Titre en français: Les quatre cents coups



Le film "Os incompreendidos" (Les quatre cents coups) raconte l'histoire d'Antoine Doinel, un jeune réprimé par ses parents, principalement par sa mère. Il provoque beaucoup de confusions à l'école, où il mène une enfance entre la négligence familiale et les méthodes très anciens et autoritaires de l'éducation. D'abord, Antoine râte les classes pour regarder des films au cinéma et pour jouer avec son ami, René. Après, il commence à vivre dans la rue et à faire des petits vols - vie menée jusqu'à ce qu'il soit pris par la police en volant une machine d'écrire dans le bureau où son père travaille. Ensuite, il est conduit à un Centre de Détention pour Déliquants. Là-bas, Doine continue à recevoir un traitement répréhensif et dictatorial - fait qui culmine avec son évasion en quête de liberté, symbolisée par son arrivée à la mer.




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mardi 22 novembre 2011

Aurora, Livro II - 138, de Nietzsche


Tornando-se mais terno. - Se amamos, adoramos, admiramos alguém, e depois vemos que esta pessoa sofre - sempre com espanto, pois só podemos pensar que a nossa felicidade, que dele se origina, vem de um rico manancial de felicidade própria -, então o nosso sentimento de amor, adoração e admiração transforma-se em algo essencial: torna-se mais terno, ou seja: o fosso entre ela e nós parece ligar-se por uma ponte, uma aproximação de igualdade parece ocorrer. Apenas então julgamos possível retribuir, já que antes o imaginávamos acima de nossa gratidão. O fato de poder retribuir nos proporciona uma grande alegria e elevação. Buscamos adivinhar o que suaviza sua dor, e lhe damos isso; se quer palavras de consolo, olhares, atenções, presentes, serviços - lhe damos isso; mas, sobretudo: se nos quer sofrendo com o seu sofrimento, damo-nos por sofredores, mas em tudo isso tendo o prazer da gratidão ativa: que é, em suma, a boa vingança. Se não quer e não aceita absolutamente nada de nós, afastamo-nos frios e tristes, quase doentes: é como se nossa gratidão fosse rejeitada - e, nesse ponto de honra, mesmo o indivíduo mais bondoso é suscetível. - Segue-se, de tudo isso, que mesmo no caso mais favorável existe algo degradante no sofrimento, e exaltador e conferidor de superioridade na compaixão; o que separa eternamente esses dois sentimentos.


Nietzsche, Friedrich Willhelm, 1844-1900. Aurora: reflexões sobre os preconceitos morais; tradução, notas e posfácio Paulo César de Souza - São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

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lundi 21 novembre 2011

Necroverses


Don't make me feel sorry for the dead,
the candle of their life has reached the end.
All the light will eventually extinguish
& no more anguish will blow in the wind.

We are all about to die,
if we're not already dead.



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Next poem

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lundi 14 novembre 2011

Sabendo francês podemos ser mais felizes


Matéria escrita por Ignácio de Loyola Brandão e retirada do site do Estadão.

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso%2csabendo-frances-podemos-ser-mais-felizes-%2c794415%2c0.htm



Não me considerem esnobe, exibido. Mascarado, como se dizia na minha infância. Não usam mais a palavra? Tão atual. O que há de gente mascarada no mundo. Vou dizer o óbvio. Para desfrutar melhor Paris, a Provence celebrada, e outros, sabendo francês, os prazeres multiplicam-se por cem, o desfrute por duzentos, a alegria por quinhentos. Mesmo que você tenha ido apenas para fazer compras, como a maioria dos brasileiros, que pedem descontos em português mesmo e em altos brados (ou em brado retumbante), vale a pena aprender francês.

O parisiense muda quando você se dirige a ele na sua língua, ainda que precariamente, como eu. Quem não gosta de uma pessoa que chega e você percebe o esforço que ela faz para se expressar em sua língua natal? Assim, vale a pena aprender francês para poder caminhar à vontade em Paris deixando-se envolver por ela, sabendo um pouco mais.

Claro, o francês não é importante apenas por isso. Mas já é um enorme handicap. Há as revistas, os milhares de livros traduzidos do mundo inteiro, o cinema, a música, até a facilidade nas compras. Só poder ler a gigantesca coleção La Pléiade (projeto de uma vida) no original é uma bênção, raras vezes igualada. Ou os fólios, delicados, sensuais? Hoje estamos aprendendo apenas o que o mercado chama de línguas úteis, como o inglês, o japonês, o mandarim. Mandarim? (Eu lá quero falar chinês?) Para vencermos na vida? Nos tornarmos empreendedores? Sermos alguém? Mas o que é ser alguém? Tudo tem de ter aplicação prática? Se é assim, acabemos com o ensino brasileiro, ele não leva a nada, do jeito que está estruturado.

Há na nossa vida algo que é preciso preencher. Uma necessidade interior de espírito, contemplação do mundo, da vida, avaliação das coisas. Encarar a existência como algo que precisa de alimento. Foram eliminando as línguas de todos os cursos, a não ser alguns muito especializados. Tive no ginásio português, inglês, francês, latim e espanhol e posso dizer que isso me ajudou. Mas vieram deletando tudo, como se diz. E o francês se foi por meio de ministros que só pensam em política. O atual quer a Prefeitura de São Paulo, imaginem. Nem administrou direito o Enem.

A primeira palavra que aprendi em francês foi: nous. Estava no primeiro ano do ginásio. Tínhamos aulas de francês desde o primeiro dia com mademoiselle Fanny, uma graça de pessoa. Perguntamos: "Por que a senhora começou com o nous, que significa nós, e não com o je, que quer dizer eu?" Ela sacudiu o dedo: "O nous somos todos, é o coletivo, a classe. O je é muito individualista." Esses eram os professores que tínhamos. Jamais dona Fanny falou em português na aula. Nos virávamos para saber o que ela queria dizer. Ela sabia conduzir a lição, de maneira que descobríamos os significados e as pronúncias às vezes sutis do francês, língua tão poética, sensível, cheia de nuances, e ao mesmo tempo incisiva. Dificuldades terríveis para diferenciar Anne (Ana) de âne (asno). A professora insistia, queria a perfeição. Nesta minha idade, penso, dia desses entrar para a Aliança Francesa a fim de aperfeiçoar minha precariedade.

Donna Fanny ainda está lá em Araraquara. Até algum tempo atrás, quando eu a encontrava na rua, ela me dizia, como sempre disse ao entrar na classe:

- Bonjour, mon enfant!

- Bonjour, madame.

- Mademoiselle, mademoiselle...

Ria, afetuosa. Aos 14 anos estávamos lendo Alexandre Dumas no original. Não era fácil, mas a gente acabava gostando, se imaginava na França. Também Victor Hugo, Lamartine, Chateaubriand, depois Balzac, Flaubert, Stendhal. Hoje chegaríamos a Le Clézio, Houellebecq, Jonathan Littell, Georges Perec. Aos 16 tivemos acesso a Jaques Prévert, que deslumbramento! A poesia entrava em nós por meio de Aragon, Paul Valéry, Verlaine, e, claro Rimbaud e Baudelaire, o maldito. Também Céline, complicado, Camus, os romances de Sartre, um pouco de Proust (eu mantinha a tradução do Quintana do lado). Toda semana, nos anos 50, havia um filme francês no cinema. Fanny insistia para que fôssemos. Não era exigir muito, sabíamos que algumas estrelas francesas como Martine Carol, Claudine Dupuis e Françoise Arnoul mostravam os peitinhos, era um avanço na nossa vida sexual. Mas havia Arlety, Edwige Feuillère, Maria Casarés, soberbas. E Gerard Philippe, jamais substituído. Hoje minhas paixões são Juliette Binoche, Irene Jacob, Marion Cotillard. Por outro lado, descobrimos os filmes de Marcel Carné, de René Clair, André Cayatte, Jean Delannoy, Robert Bresson, clássicos. Depois, digerimos toda nouvelle vague, que mudou a linguagem do cinema.

Nós, que aprendemos francês, tivemos sempre algo mais dentro de nós. De coisas pequenas e grandes. Não estou aqui para fazer lista e apenas para insistir numa coisa muito simples: sabendo francês, sempre me senti um pouco mais feliz na vida. Uma delas foi ouvir, recentemente, do garçom de um bistrô; "Monsieur, vous êtes du quartier?" (O senhor é do bairro?) Que, como Eros Grau diz em um livrinho delicioso sobre Paris, é um sinal de que você está sendo aceito. Coisa nada fácil para um estrangeiro. Que volte o francês às escolas!







E eu assino embaixo!

Obrigado pela dica da matéria, Raquel Jorge!



Au revoir et à très bientôt!

dimanche 13 novembre 2011

pensamentos


"nenhuma filosofia resiste a uma boa trepada."

"vender o corpo para alimentar a alma."

"ao fazer um pedido, nunca imponha uma condição..."

"poesia? um tesouro que não pode ser roubado... - para quê serve? onde nada mais serve, eis que aí serve a poesia..."

"eu, porém, já não sou eu. nem é minha casa a que foi minha..."



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jeudi 10 novembre 2011

poésie moderne

Le monde moderne
étouffe
la poésie.
Comme un accord
distordu,
elle se tord
souffre, gémit

mais survit.




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mercredi 2 novembre 2011

Carta para a amiga (11-10-11)

[...]

O conforto me foi negado por tanto tempo que chego a duvidar de que um dia virei a encontrá-lo. Mas isto talvez faça parte da minha própria natureza: jamais me contentar... Sempre quero o que não tenho. É algo que às vezes me incomoda, mas que também me motiva. Já faz uns dias, durante um final de semana, por exemplo, aproveitando uma festa louquíssima em Ouro Preto, acordo no domingo de manhã e - quase como se não fosse eu quem o fizesse, mas um outro que não sou - escrevo:


"Não posso estar bem aqui,
não posso estar bem ali.
O bem-estar nunca achei
em meio aos bens que busquei.

De tudo quanto vivi
apenas o que perdi
(ou que não tive) prezei:
e tal é do mundo a lei.

Estar bem no que não tenho,
que só posso ter em sonho -
mas que se tenho desdenho.

Estar bem no bem que sonho:
para Onde vou, d'Onde venho...

Onde estou sempre tristonho."


Mas alguns momentos de tranquilidade ainda me são permitidos, não é? As aulas de francês são um alívio constante... Principalmente porque minhas turmas começam a alcançar níveis mais "avançados" - subjuntivos e condicionais da vida. O estudo do alemão vem se mostrando fertilíssimo! Um grande amigo que acaba de voltar da Alemanha e eu estamos "estudando" em transcriações do Rilke para o português. Enfim... A Arte é muito longa para tão curta vida e a gente faz o que pode.

Trabalho ainda com a produção de um livro mito-poético - de temática andaluza do século XIII - um pouco auto-biográfico, mas da vida que não pôde ser minha... E este projeto me consome o resto de tranquilidade. Empenho-me, mas já não sei se estou à altura do sonho...


Bem, no mais é isto, né?

A cada vez que a gente se corresponde é como se uma vida inteira tivesse passado - eu, pelo menos, tenho a impressão de ser outro-outro-outro -, sem que nós (esta palavra bacana que já traz a ideia de NÓ mesmo) tenhamos mudado um nada sequer! E é engraçado o que você disse sobre "ter saudade da imagem que faço de você", pois há uns meses escrevi algo parecido para uma garota que não me via há muito tempo e que dizia sentir muito minha falta:


"Não podes certamente ter de mim saudade -
visto que nunca me tiveste,
posto que em tempo algum tu me terás.

Tens certamente uma saudade do que pensas
dentro em ti que seja eu -
mas desta ideia não me participa a essência
e é menos do meu ser do que do teu
que sentes, qual certeza, esta saudade.

Pois a saudade é impossível de algum outro.
Lembramo-nos saudosos de nós mesmos,
mesmo se em pensamento um outro temos -
um outro outra estrada para os próprios ermos.

Não quero que confundas quando afirmo
o jamais me teres tido
com a vontade de fazê-lo, tendo-o dito.
Creio em ti,
mas é em mim que já não posso crer...
Ainda que o meu ser esteja em ti,
ainda que o meu ser tu clames ser...
Eu firme confirmo que tua saudade
não tem fim,
posto que não pôde ter começo."


Enfim... Não que eu ainda o pense hoje como ontem o pensei.

Mas isto é verso e versa-e-vice! ;)


Beijos saudosos,

Rafa!

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jeudi 27 octobre 2011

Gainsbourg, le film

Voilà un film que je conseille à tout le monde!

La biographie de Serge Gainsbourg - le chanteur français le plus séducteur du monde (voyez les femmes avec lesquelles il a eu des liaisons et dites si je n'ai pas raison...).



Bientôt, je mettrai sa biographie (et des liens pour trouver quelques-uns de ces disques) sur le blog aussi...

Au revoir,

Rafael.

Nos cumes do desespero


A idéia de traduzir este pequeno livro de ensaios do escritor romeno Cioran surgiu há um mês. Tendo acabado de lê-lo, ainda atordoado pelo vigor das suas palavras, resolvi pesquisar a obra do sujeito. Para minha grande surpresa, descobri que traduções para o português eram raríssimas e que o autor era bastante desconhecido por aqui. Nos cumes do desespero, por exemplo, que li em francês, ainda não tem uma tradução para o português.

Daí até a idéia de traduzí-lo, mesmo que indiretamente, uma vez que o original tenha sido escrito em romeno, foi um processo natural. Postarei aos poucos, talvez um ensaio por dia, à medida que for avançando com a tradução, de forma que em menos de dois meses tenhamos o livro completo em português disponível no site.

Espero ainda ter tempo para aprender romeno e, quem sabe, traduzir sua maravilhosa obra direto do original.



mardi 25 octobre 2011

Vocabulaire: Corps humain


Bonjour, mesdames et messieurs!

Dans ce rapport je vais vous rappeler de quelques parties du corps humain... Êtes-vous prêts?

D'abord, voilà une figure qui présente le corps humain au complet (cette image n'est pas très belle, une fois qui s'agit d'un gars presque nu, mais avec elle on apprend quand même...):




Maintenant, on voit un visage dont l'image est un peu moins agressive à notre sens esthétique:




Et, finalement, pour entraîner d'une façon un peu plus intéressante, voilà une musique sur YouTube où l'on écoute une "révision" de tout ce vocabulaire...



Merci à tout le monde et au revoir!

Rafael Silva.

Tout en France

Salut!

Si vous cherchez un peu plus d'informations sur la culture francophone, vous êtes venus au bon endroit! Îci vous allez trouver des rapports sur quelques artistes (avec l'adresse éléctronique pour télécharger des musiques, par exemple), sur quelques aspects de la langue française, bien comme des textes et des poésies!

Si vous êtes nouveau, lisez la Présentation! Là-bas on va vous donner quelques idées pour mieux apprendre la langue...

Choisissez ce que vous cherchez et bonne lecture!










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OBS.: quelques rapports ont comme source la "Wikipedia" - mais les textes sont adaptés au niveau des élèves.

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mardi 18 octobre 2011

divine motto

Here, there & everywhere
it doesn't matter...
Take my hand, let's go!
Anywhere out of this world!

...

la dure vérité

son amour est la plus belle mensonge que j'ai déjà inventée...

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Pluie

Aujourd'hui
il a plu
inside me.

Après, la calme m'est arrivée
inaperçue, comme l'ivresse
d'été
d'avoir été
sans n'être plus.


Je n'ai plus besoin de mots pour m'expliquer.
Je n'ai plus besoin de m'expliquer.

Aujourd'hui
il a
plu
inside me.

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lundi 17 octobre 2011

Suis-je pat?

Je deviens fou et je m'en fous...
Il faut être absolument faux
ou peut-être pas...
Je regarde tout autour
et je vois au loin des feux
qui annoncent ses pas!

Dis-moi!, elle vient d'où?
Serait-elle au milieu d'eux?
Ne serait-elle pas pat?

Nous sommes dedans
et il n'y a pas de hâte
car on ne bouge plus...
Nos bougies sont émues...,
il ne reste que dédain!

...


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Au-delà de là-bas...

La bête féroce est mordue. Elle me mordait avant, mais maintenant elle ne me mord plus... J'ai compris son bond sourd. Elle vient et, sans rien dire, me crache sur la figure - mais c'est une bête! Oui! C'est une bête! Elle n'a jamais pu me comprendre. Elle ne me comprendra jamais. Dieu m'a fait de sorte que je ne puisse ni parler la langue de mes frères ni me faire comprendre pour des soeurs. Je suis alors seul. Je suis mon chemin - oui, je le sais! Je l'ai toujours su! Moi et personne! Puis, il faut être absolument parfait pour arriver au Paradis et la vertue ne m'emène pas trop loin... Je préfère tous les péchés - pas un seul que je n'ai pas connu! Pas!, je vous dis! Et personne n'arrivera à comprendre la langue que je parle... La langue où jadis je discourais - la langue qui se glissait sur sa peau. Je ne peux plus, mon Seigneur Tout Puissant! Je ne peux plus! Pourquoi me laissez-Vous îci-bas, oublié, abaissé si je vous ai toujours servi? Dites-le-moi, pourquoi? - Tu resteras hyène, etc... - Oui... J'ai peut-être servi Satan aussi, mais ce n'était que pour Vous aider... Ce n'était que pour Vous aider, mon Dieu! ... Et aujourd'hui, mes travaux, autrefois requis, ne sont que des souvenirs oubliés. Oui... Je te connais, petit conard, fils-de-pute! Tu m'as séduit... Oui... Toi et tes promesses d'enfant, jamais comprises. Je n'ai pu que te méprendre - et je ne le peux plus! Arrête! Oui, arrête ou je te tue! Arrête ou je me tais! --- Tais-toi! Mais tais-toi! L'espérance nous emène trop loin... Et il n'y en reste plus! - Il a été vain... - Quoi? - Notre dessein! C'est la lune qui s'évade du paysage du matin... Il faut être, peut-être, aussi austère qu'une fenêtre. Regarder le monde, là-bas! Au-delà des montagnes! Ne pas se laisser prendre - et tout savoir! Savoir à vue de nez! Sans, pourtant, en sortir les vers! Tous les faits divers l'on comprend et hélas! Nous y sommes déjà partis! - Où est cela dont tu me parles? - Très loin...! Très loin...! Au-delà de là-bas!

...


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Organisation Internationale de la Francophonie (OIF)

Une de mes élèves m'a envoyé un site web très intéressant... Il appartient à l'Organisation Internationale de la Francophonie (OIF) et vous pouvez y trouver plusieurs informations au sujet de la langue française.

Allez-y!

http://www.francparler.info/accueil/


Aventurez-vous!


Au revoir,

Rafael.

jeudi 22 septembre 2011

Petite prose en poème

Le confort est l'ennemi de l'art.

La réalité est l'instrument du roi.

Chance c'est la soeur riche de l'Hasard.

Il n'y a Toi qu'en Moi.

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La Vérité est une pétasse.

Le Mensonge est toujours injurié
jusqu'au jour où il devient Vérité.

La Vérité est une pétasse, je vous dis.

Il n'y a Oubli
que dans le Souvenir.

L'Avenir est une promesse
faite aux fous pour qu'ils oublissent
que le Présent se glisse
pour entre leurs fesses.

Je suis, peut-être, fou...

& la Vérité est une pétasse.

Il n'y a d'Amitié visible
qu'où l'Amour n'est plus
[ou pas encore] possible...

La Montre nous montre,
sans retard, nos Vérités.

On ne boit du café
que dans des tasses...
Cependant, la Réalité
du réel se détache.

Il n'y a des Taches
qu'où On ne veut
pas qu'elles nous hachent.

On c'est le Roi.
Le Roi, la Réalité.
La Réalité c'est la Montre.
La Montre, sans retard,
nous montre Toi.
Toi c'est Moi.
Moi, j'ai mal au ventre
[enfin, le Confort c'est l'ennemi de l'Art].


[...]

Credo quia absurdum.
Amen.



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mardi 20 septembre 2011

Françoise Hardy

Françoise, Madeleine, Hardy est une chanteuse française née le 17 janvier 1944 à Paris. Mariée au chanteur et acteur de cinéma, Jacques Dutronc, le 30 mars 1981 à Monticello en Corse. Un enfant : Thomas, né le 15 mars 1973.





Auteur-compositeur-interprète, ses chansons cultivent une veine mélancolique et délicate.

Sa jeunesse s'est passée — dans le 9e arrondissement de Paris — auprès de sa mère (aide-comptable), restée célibataire, et de sa sœur, Michèle. Elle voyait rarement son père (directeur d’une fabrique de machines à écrire et à calculer), qui s'est marié par ailleurs. Elle a appris le piano dès 5 ans. Mais elle a découvert son goût pour la chanson populaire et pour le rock’n’roll - ceci lui a fait choisir une guitare, en récompense de sa réussite au bac (baccalauréat), en juin 1961. Aidée d’une méthode sommaire, elle a essayé à poser quelques accords sur des mots qui traduisaient ses états d’âme et s'est mise à rêver d’un métier au milieu musical. Après une première année d’études supérieures à la Sorbonne, une annonce dans le journal France-Soir a retenu toute son attention : une maison de disques souhaitait auditionner de jeunes chanteurs. Françoise a obtenu un rendez-vous et a passé un essai (resté sans suite). Elle a contacté d’autres sociétés parmi lesquelles, Vogue. Intéressé par son style, le responsable des auditions l’a invité à se perfectionner et lui a donné des cours de musique. Ensuite, elle est entrée au Petit conservatoire de Mireille (et elle y restera deux ans). Quelques mois après, à la mi-novembre 1961, le directeur artistique de Vogue lui a signé un contrat. Le Petit conservatoire de la chanson était aussi une émission télévisée de l’ORTF et le 6 février 1962 « Mademoiselle Hardy » a fait sa première apparition en public. L’enregistrement de son premier disque a été fait le 25 avril de l’année suivante. Le disque à quarante cinq tours est sorti au mois de juin et les quatre titres n'ont pas tardé à être entendus dans les postes à transistors. Trois mois plus tard, 2000 exemplaires sont écoulés.




De ce temps-là jusqu'à aujourd'hui le succès de Françoise Hardy a grandi sans arrêt!


Télécharger un album de Françoise Hardy (sur 4shared):






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dimanche 18 septembre 2011

Feint être

Tu n'es peut-être pas
allée à la fenêtre,
mais j'ai vu aparaître
la lasse lune là.

Tu me demandes: "C'est quoi
cette lune à la fenêtre
dont tu parles?"
- Ce n'est peut-être
plus qu'un rien de ton regard
ou d'un rare sourire perdu
parmi mes vouloirs...

Mais je sais ce que j'ai vu
et même si tu n'aimes
plus personne, tu m'aimes
d'au-delà de la fenêtre vue.




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samedi 17 septembre 2011

L'étranger


Voici les versions audio et texte de l'oeuvre la plus connue d'Albert Camus: "L'étranger".



Vous pouvez imprimer (pour faciliter la lecture) et, quant à la version audio, vous pouvez la mettre sur un mp3 (ce n'est pas super de marcher en train d'écouter Camus?!)...


VERSION AUDIO (ignorez la pub et faites le téléchargement!):
Amusez-vous avec tout ça!

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jeudi 15 septembre 2011

La poésie est morte!

Le dernier cri poussé par le poète se perd au loin
et devient
un accord tordu de la guitare..
pungente
e o silêncio que O cerca envolve-O em mistério
- não é o silêncio, de fato, mas o vazio.
E uma sinfonia dissonante
beats as once beat the heart
in Keats chest, in kid's art
not anymore. In discos raves
took place where
ravens fly. Once we were
beats - but bytes take our wideless sight

CAR UNE FOIS MORTE
il faut la retrouver!
Quoi? La vérité!

LA POÉSIE EST
e isto é certeza
DEAD [END]


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dimanche 4 septembre 2011

Éfemmérité


Ton parfum
aura fin.
Pas ma faim.

-
Ta beauté passera.
Mon amour, pas.

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Avant le début
achevons-nous
déjà son but?

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Le présent passe
et devient passé.
Le futur reste
toujours inconnu.

-
Le temps passe.
Les femmes aussi.
Seulemente ne passent
pas les amis.




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Lecture de Rimbaud

En effet, il n'y a rien à craindre..

"J’étais dans une chambre sans lumière. On vint me dire qu’elle était chez moi : et je la vis dans mon lit, toute à moi, sans lumière ! [...] Alors la femme disparut. Je versai plus de larmes que Dieu n’en a pu jamais demander."
- Rimbaud, 'Les Déserts de l'Amour'.

Version audio de cette petite prose:



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"Je me crois en enfer, donc j'y suis."

Aujourd'hui, je me suis réveillé un peu 'maudit'.. Mais on s'amuse bien avec ce monsieur Rimbaud.

Version audio d'une autre prose, un peu plus longue que celle d'avant, "Une saison en enfer":



Faites comme le professeur! Entraînez-vous en écoutant ces belles lectures!

Au revoir et à plus!

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jeudi 1 septembre 2011

INDIE 2011 - Cinéma

Salut, mes camerades!

Le Festival de Cinéma "Indie" commence demain (02/09/11) à Belo Horizonte et nous avons des possibilités à ne pas manquer!!!

Voilà l'adresse où vous trouverez le calendrier des exhibitions, le résumé des films, etc... Allez-y!!!

http://www.indiefestival.com.br/2011/


Regardez surtout les films français, d'accord?

Je vous conseille "Vestido à cerceau", "35 Doses de Rum", "Os Guerreiros da Beleza", "Nenette e Boni" e "Minha terra, África".

Je ne les ai jamais vus, mais je les verrai tous cette semaine!

Au revoir et profitez!

Rafael.

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mercredi 31 août 2011

La Marche de l'Empereur

Salut, mes élèves!

Hier j'ai regardé un super film que je vous conseille de regarder aussi! Il s'appelle "La Marche de l'empereur" (en portugais "A Marcha dos pinguins") et c'est un documentaire canadien (en français!) sur le procès de reproduction des pingouins...

Mais ce n'est pas un film "Disney" chiant, d'accord? Le film montre ce procès d'une façon poétique (émouvante même plusieurs fois) et il a fait beaucoup de succès. C'est pour tout cela qu'il a reçu l'Oscar 2005 (de meilleur film documentaire).

Je crois que vous le trouverez partout si vous voulez le louer, d'accord?

Alors, allez-y! Regardez-le!





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mardi 30 août 2011

PASSÉ COMPOSÉ - (É2)

Salut, mes élèves,

voilà que j'ai décidé de vous expliquer le passé composé îci. Comme ça vous pouvez réviser et apprendre un peu mieux, d'accord?

1- D'abord, pourquoi passé COMPOSÉ?

Parce qu'il est composé par deux termes: un auxiliaire (verbes ÊTRE ou AVOIR conjugués au présent) + le participe passé du verbe principal.

EX.: Je suis passé. > SUIS = auxiliaire; PASSÉ = participe passé du verbe 'passer'
Nous avons mangé. > AVONS = auxiliaire; MANGÉ = participe passé du verbe 'manger'

2- Comment savoir quel auxiliaire il faut utiliser?

On va utiliser ÊTRE toujours avec:
a) les verbes pronominaux (se lever; se coucher; etc.); EX.: Je me suis levé/ Tu t'es levé...

b) les verbes de la "maison" suivante...


Si vous faites attention, ils viennent plus ou moins* aux pairs de contraires:
ALLER/ VENIR
ARRIVER/ PARTIR
ENTRER/ SORTIR
MONTER/ DESCENDRE
NAÎTRE/ MOURIR
RESTER/ PASSER

* sauf: RETOURNER et TOMBER.

Encore, ils sont tous plus ou moins des verbes de mouvement - où le sujet (l'agent) est le même qui souffre l'effet de sa propre action.

Vous pouvez vous aider de ces idées pour "comprendre" les 14 verbes de la "maison", mais en réalité, vous devez les apprendre par coeur, d'accord?... Alors, lisez et étudiez beaucoup!

c) il y a encore un troisième groupe dont les verbes utilisent ÊTRE comme auxiliaire - ce groupe vient des verbes "dérivés" des verbes de la "maison". Dérivé veut dire: un verbe qui résulte d'un ajout d'un préfix à un des 14 verbes de la "maison". Ex.: RE-VENIR; DE-VENIR; RE-NAÎTRE; etc...
*** Attention! CONNAITRE ne vient pas de NAÎTRE!

Ex.: Je suis devenu; Tu es revenu; Il est rené...


!!! TOUS LES AUTRES VERBES utilisent AVOIR comme auxiliaire... Plus facile n'est-ce pas?


Mais la langue française n'est jamais si simple... Lisez les explications ci-dessous:

Vous vous rappelez de qu'est-ce que c'est un 'Objet Direct'?

De la façon la plus simple de vous expliquer: si DIRECTEMENT après le verbe on peut demander 'QUOI?' nous avons un objet direct. Ex.:

Je descends les valises. >>> Je descends QUOI? Les valises. = OBJET DIRECT

Je réponds au téléphone. >>> Je réponds À QUOI? Au téléphone. = OBJET INDIRECT, parce qu'il y a une préposition À avant l'objet.

J'entre dans la voiture. >>> J'entre DANS QUOI? Dans la voiture. = ce n'est pas un OBJET DIRECT, parce qu'il y a la préposition DANS...

Mais attention!...

J'entre la voiture. >>> J'entre QUOI? La voiture. = OBJET DIRECT


Ce n'est pas facile? J'espère que si!

Alors, on continue...

Si tu as un OBJET DIRECT après un verbe où nous devions utiliser ÊTRE comme auxiliaire (s'il est un des 14 de la "maison", par exemple) - IL FAUT UTILISER "AVOIR" comme auxiliaire (au lieu de "ÊTRE").

EX.: Je suis entré... MAIS: J'ai entré la voiture.
Tu es descendu... MAIS: Tu as descendu la poubelle.
Il est monté... MAIS: Il a monté les valises.

Si vous pensez comme je vous ai expliqué, que ces verbes sont tous plus ou moins des verbes de mouvement - où le sujet (l'agent) est le même qui souffre l'effet de sa propre action - ça commence à faire du sens. Vous pouvez noter que dans la phrase:
Je suis entré. >>> L'agent est le même qui souffre l'effet de son action,
mais dans la phrase...
J'ai entré la voiture. >>> Celui qui souffre l'effet de l'action (LA VOITURE) n'est pas le sujet (JE).

Essayez de repenser toutes les phrases du-dessus comme ça... Je crois que vous n'aurez pas de problème...


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Ouf! Nous avons vu comment savoir quel AUXILIAIRE utiliser, n'est-ce pas? Mais il faut encore savoir COMMENT faire le PARTICIPE PASSÉ:

3- Comment former le PARTICIPE PASSÉ des verbes?

Les français ont classifié les verbes d'après le SON qu'ils forment au PARTICIPE PASSÉ...

a) 1er groupe: [é] >>> tous les verbes réguliers (qui finissent par -ER) et quelques autres. Exs.: ALLER (participe passé: ALLÉ); PASSER (p.p.: PASSÉ); NAÎTRE (p. p.: NÉ)... etc...

b) 2ème groupe: [u] >>> ces verbes finissent normalement par -OIR, mais pas toujours. Exs.: VOIR (participe passé: VU - comme dans "déjà vu"); AVOIR (p.p.: EU); VOULOIR (p.p.: voulu); VENIR (p.p.: VENU); etc...

c) 3ème groupe: [i] >>> ces verbes finissent normalement par -IR ou -IRE, mais pas toujours. Exs.: PARTIR (p.p.: parti ); SORTIR (p.p.: sorti ); METTRE (p.p.: mis ); PRENDRE (p.p.: pris ); etc...

d) 4ème groupe: [groupe des verbes qui n'ont pas de groupe... ahahah... ils sont amusants, ces français, n'est-ce pas?] >>> Exs.: FAIRE ( fait ); MOURIR ( mort ); ÉTEINDRE ( éteint ); et caetera...



OHHH PUTAIN... C'est long ça, hein?! Mais nous sommes presque à la fin... Si vous avez tout compris jusqu'îci ça va!

Dernier détail...

TOUJOURS qu'on utilise ÊTRE comme auxiliaire IL FAUT accorder le PARTICIPE PASSÉ au SUJET - accorder en GENRE et NOMBRE.

Pour accorder au féminin il faut ajouter un -E à la fin du participe passé... Ex.: Il est passé. Elle est passée.

Pour accorder au pluriel il faut ajouter un -S à la fin du participe passé... Ex.: Il est sorti. Ils sont sortis.

Pour accorder au féminin pluriel il faut ajouter un -ES à la fin du participe passé... Ex.: Il est descendu. Elles sont descendues.


MAIS ATTENTION! On fait l'accord seulement quand on utilise le verbe ÊTRE comme auxilaire!!! Alors...

Elle est sortie. >>> mais... Elle a sorti la poubelle.
Ils sont entrés. >>> mais... Ils ont entré la voiture.
Elles sont montées. >>> mais... Elles ont monté les valises.

Elles ont su la vérité.
Elles sont parties hier matin.
Nous avons mangé vite.
Vous êtes sortis.

Et caetera...

Pour apprendre le passé composé IL FAUT LIRE BEAUCOUP, d'accord? Et faire des exercices aussi... Alors, travaillez!!!

Pour finir, je vous conjugue un verbe pronominal au passé composé... SE LAVER... (pour tous les verbes pronominaux on utilise ÊTRE comme auxiliaire):

JE ME SUIS LAVÉ
TU T'ES LAVÉ
IL S'EST LAVÉ
ELLE S'EST LAVÉE

NOUS NOUS SOMMES LAVÉS
VOUS VOUS ÊTES LAVÉS
ILS SE SONT LAVÉS
ELLES SE SONT LAVÉES


Au revoir, mes élèves! Et à la prochaine!

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dimanche 28 août 2011

Horizontes

Abro meus olhos como se os abrisse pela primeira vez. O frescor da tarde de luz escorreu-me pelo corpo e senti o que sinto sem que possa tê-lo sentido. É uma confusão dos cinco em um e o que sou é tudo aquilo que em mim mesmo estou. Antes, tudo aquilo que em mim mesmo estive e tudo quanto estarei. Narro fatos que se talvez passaram sem que quase se notasse - como o amor entre muitas dríades e um fauno -, mas que hão de deixar uma marca aberta no peito. A primeira vez em que eu a vi não foi talvez primeira, mas foi como se fosse. Seus olhos eram verdes e eram mato como os que nunca vi. Olhei-os como se os olhasse na primeira hora da manhã. Te quero. E quero estes olhos meus. Não sei se cheguei a pensar assim, mas se penso hoje em como o teria pensado, quando a vi daquela vez, tenho certeza de que o penso. E você o foi... Corpo molhado rebolando assim de lado/ Corpo esguio que rebolando espanta o frio/ Corpo, corpo, tanto corpo, gostoso, corpo, corpo.../ Gozo... E não me esqueço do brilho translúcido que tinha sua pele pálida e como suas veias azuis se acendiam prometendo redenções. Seu sangue era vermelho, entanto. Não me esqueço. Mas isto é outra história. Abri meus olhos e tomei o primeiro gole e ela parecia à vontade e não disse nada à princípio e depois falei algo ao que ela retrucou e eu calei pesado. Existem poucas coisas mais densas do que o silêncio quando instala-se no espaço de um olhar, entre dois olhares. Ela sorriu. Disto estou certo, pois o sinto agora como antes o senti e é, agora, tal como se o sentisse pela vez primeira. Seu sorriso era feriado e sinos tocariam nas igrejas se anjos pudessem badalá-los. No seu sorriso, que tinha ainda um rubor inocente de que nos veríamos completamente despidos horas mais tarde, soube um convite ao seu jardim de delícias. Adivinhasse tudo quanto me aguardava, teria lhe dado a mão como lhe dei. Pergunto, mas indecisamente. Não sei se quero responder as perguntas, mas antes formulá-las como afirmações titubeantes. Há mais dignidade em saber-se ignorante do que em aspirar qualquer grandeza. Eis a sublime riqueza da Bíblia - la clef du festin ancien! -, pois no crepúsculo dos pensamentos há de vir a felicidade do homem. E ele acaso a busca? Digo... : - Ele acaso a busca. Ele tateia as paredes da vida, mas não parece se dar conta de ser infeliz. São ignorantes, e os ignorantes são abençoados e a eles está reservada a felicidade dos céus na terra... Mas creio que divago. Soubesse eu o desfecho, então, que a minha vida, agora, tem e faria como o faço outrora. Ou antes, como naquela hora senti que havia de ser feito. Não pensava excessivamente, mas sentia - e não por meio dos pensamentos - tudo quanto vivia. Assim foi que num dia de setembro - ah...! o outono lá é todo tédio e sono, a primavera acá paixão sincera - peguei na sua mão na varanda em que fumamos nossos cigarros e o cigarro cai e a minha mãe pega na sua e sinto como se tremesse (ou eu? você? não sei) e naquele momento teria dito adeus se soubesse que o destino


mas não soube e seguro a sua mão e num mesmo fôlego sentimos no hálito a cerveja (que beb éramos) e um gosto pesado da fumaça que subia e o coração que palpita e que nos diz: "- É ela! É ela!" e como contrariá-lo? ... Naquele momento fechei os olhos como se o fizesse pela vez primeira...oblongópticflâmelasuavavevaevoumômboloiounós... oblongó... Fecho os olhos e oblongópticfâmeloinfamusônalemdômbololounós... O fato é que um momento só condensa em si a existência - há de se-lo-encontrar e sentir a futilidade de uma vida que escoa, sem desníveis, tranquilamente pelo lodaçal do tédio. Cujo passar é longo, cujo sentir é parco. Nós somos antes do tipo que, mãos dadas na varanda de nós dois, cantamos: "- Oblongó! Oblongó!" e não tememos beber venenos do cálice da ira em que viagens transpersonais são orquestradas no palco de nós todos... Ei você! Você que lê! Você escuta esta canção ao longe? muitas vozes, muitos sons e são noites que ardem fins de tarde - mantras que ensinam segredos da efemeridade eterna KAMA! KAMA! Come on me! KAMA KAMA calme, oh-oui! KAMA KAMA cama em mi! KARMA CHIAMA call m'ao fi! e as vozes alçam-se aos céus e elevam-se como ondas de um mar tempestuoso - suas almas que alcançam alcáceres em voos de além; assim cantam todos os que sente'o mesmo gozo! e quem sou eu em meio a tantos... quem? eu sou aquele que te segurou a mão enquanto te beijava os pés - eu sou não mais que vassalo vosso, mia senhor, e sofro desta coita que o memória do coito outroro me provoca. eu sou aquele que te ama, pois que te amou e que somente tendo-te amado entende o verdadeiro amor e tende a ainda amá-lo. Tendo ao mar e à partida e a tudo que possa me dizer adeus. Não busco o porto, mas antes o pôr-do

-sol que já mais não me será dado conhecer. Meu vinho é o ideal, o verso, meu pão. Às vezes disperso navego em meio a vagas de um oceano impiedoso. Mas a maior parte do tempo deixo à deriva o pensamento e chega a plagas nunca imaginadas. O que escrevo e anuncio na voz de mil profetas me soa inimportante, mas (seria a pena apenas minha?) sinto ingente urgência no elevar-se das marés. Certamente, o solo ainda não é pronto - frutos gritam, flores protestam. Reivindicam todos juntos aos elementos invisíveis que os governam seu direito de existir. Vingam-se dos reis na realidade e eu canto e cantarei (como antes o jamais cantei) seus atos de luta e suas vitórias, mas, sobretudo, suas derrotas -, pois somente na derrota vê-se a força de quem luta. Eu não divago! Entrementes, ou antes, entretanto, sinto o olhar que repreende daquele que não lê (e que jamais lerá!) qualquer linha destas linhas que então lemos... 'Descansem os remos!, estamos no mar, mais tarde oraremos - para um dia voltar! ... O seu amor busquei por ilhas d'além-mar... e penei e penei e onde o fui encontrar? Nas memórias do mar, nas memórias do mar...' Cedeu-me Deus as trevas para me cobrir; quis também que os breus me desse para mó de me punir - teria o Senhor Nosso vergonha do que fez? Ou furioso aguarda em fogo a sua tez? Basta! hasta quando?!

Basta! É chegado o momento, camaradas, em que muitas vozes hão de ser uma só voz - e que de todos os Eles havemos de fazer um Nós! E os nós serão atados, górdios - para além de Alexandres! Os engôdos? Hão de ser todos desfeitos... Todos! A utopia que um dia sonharam, hoje sonharemos! E somos todos juntos, pois os braços nos damos e as pernas e as línguas e entramoscantando em assembléias de anjos e demônios. Não para sermos julgados, mas julgando. Eu divago, você diz, e eu replico 'EU?', eu não sou este que aqui está, mas quem é, na verdade, sou você que lê - você que lê e que concorda com a calhorda que nós somos... Sim, a calhorda que NÓS somos! Acuse-o de raso, ao autor, e (talvez com embaraço) notar-se-á o acusador na pele do acusado. Eis chegado, mia senhor, o momento em que a terra abrirá suas entranhas para que os pobre-diabos revele' a força do seu fogo. Nós todos já fomos condenados. Cabem-nos os números e os verbos - façamo-nos bom uso! E mesmo que não, pois em meio a tudo quanto movesempre sobra espaço pra paixão, aproveito os instantes que me restam - deste horizonte, enquanto o sol jamais se ponha - para confessar-te como nunca o fiz: "TE AMO! TE AMO! TE AMO! ODEIO AMAR-TE E AMO!" em poucas palavras e as repito infinitas vezes como um mantra a ser cantado pelos meus alvoreceres... "TE AMO! TE AMO! TE AMO! ODEIO AMAR-TE E AMO!" ... "TE AMO! TE AMO! TE AMO! ODEIO AMAR-TE E AMO!". ... Antes que venham as revoluções, adianto-lhes, hão de vir revelações!



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