mardi 22 février 2011

1913

Índice


SONHADOR DE SONHOS,
Queres-me vender
Teus dias, risonhos
De tanto esquecer?...

Minh’alma é só mágoa
Por saber que vive...
Passo como a água,
Nunca fui ou estive.


Poente
A hora é de cinza e de fogo.
Eu morro-a dentro de mim.
Deixemos a crença em rogo.
Saibamos sentir-nos Fim.

Não me toques, fales, olhes...
Distrai-te de eu ‘star aqui
Eu quero que tu desfolhes
A minha ideia de ti...

Quero despir-me de ter-te,
Quero morrer-me de amar-te.
Tua presença converte
Meu esquecer-te em odiar-te.

Quero estar só nesta hora...
Sem Tragédia... Frente a frente
Com a minha alma que chora
Sob o céu indiferente,

Basta estar, sem que haja ao lado
Exterior da minha alma
Meu saber-te ali, iriado
De ti, mancha nesta calma

Ânsia de me não possuir,
De me não ter mais que meu,
De me deixar esvair
Pela indiferença do céu.


Hora morta
Lenta e lenta a hora
Por mim dentro soa...
(Alma que se ignora!)
Lenta e lenta e lenta,
Lenta e sonolenta
A hora se escoa...

Tudo tão inútil!
Tão como que doente,
Tão divinamente,
Fútil – ah, tão fútil...
Sonho que se sente
De si-próprio ausente...

Naufrágio no ocaso...
Hora de piedade...
Tudo é névoa e acaso...
Hora oca e perdida,
Cinza de vivida
(Que tarde me invade?)

Porque lento ante ela,
Lenta em seu som,
Que sinto ignorar?
Porque é que me gela
Meu próprio pensar
Em sonhar amar?...


ONDE ESTÃO os momentos que vivi?
Onde estão as ideias que esqueci?
Talvez existam nalgum paraíso
Delicioso de vago e de preciso,
E ali me esperem para me dizer
Que foi melhor que houvesse de as perder,
Porque assim à grandeza de chorá-las
Junto a beleza d’alma de encontrá-las
Já quando do dizê-las a ânsia fútil
As não tornara cada uma inútil...
E esta ideia me faz ser menos triste,
Mas este paraíso acaso existe?


Auréola
Em torno à minha fronte que descora
Que Deus beijou
Num Nunca deste mundo, num outrora
De um outro Tempo, que Deus não criou,

Brilha, vaga aos olhares dos carnais
E dispersa no dia
Uma Auréola de ânsias imortais
Que é a minha Alma divina de agonia.

E eu tão Deus, tão Deus me sinto, tanto,
Que rezo a mim, meu Deus,
E que recebo as gotas do meu pranto
Como incenso elevado a mim, meus céus;

Porque eu sou mais do que conheço e sinto
Contenho um eu-além,
Tenho em mim todo o mundo, e em mim pressinto
Mais cousas e outras do que o mundo tem.

Nos meus olhos cegando para a vida
Passam quases de ver
Uma outra realidade entretecida
Daquilo a que chamamos o não-ser.

Por isso, meu Altar e meu Calvário
E minha Cruz
Eu santifico-me ante mim, lendário
De ter já visto Deus, numa outra Luz,

E assim tão alta sobre no Ideal
A minha inspiração
Que fulge em torno à minha fronte, real,
Uma auréola de amor e redenção.

Redimido da sombra e do Imperfeito
Conquisto o São-Graal,
Porque contenho dentro do meu peito
Um Eu que absolve em Bem meu próprio Mal.

Sombra, atravesso a vida, alheio a ela,
Brilho, estrela, de Além,
Sou tudo e Deus; minha alma é mais que bela,
Pois da minha alma é que a Beleza vem.

Transbordo-me de humano e acedo sóbrio
Para o eu que Deus é.
Sou Deus tendo consciência de si-próprio
Sou eu um Cristo duma outra, a minha, fé.

Deus é tudo; eu sou Deus, portanto e ó alma
Deus, absoluto e Deus
Cujo alto temor desceu a ser minha alma
P’ra que minha alma fosse para Deus.

O meu orgulho humilíssimo, esplendor
De pequenez, fulgindo
Em auréola desce de Outro Amor
Em torno à minha fronte, luz sorrindo...

Ó embriaguez de mim e do Mistério
E da Revelação...
Sinto-me imponderável e áureo e aéreo
E outra-cousa que a minha imperfeição.

Sinto-me já por dentro de ares, mares
Alma da Natureza
Que belo sou quando de sóis e luares!
Quando floresço inteiro na Beleza.

O universo é meu corpo de delírio,
E o que há mais que universo,
A alegria de o ter é o meu martírio,
Por ele fujo, consciente e disperso.

Até que a mim regresso quando embrumo
Meu ser de mim,
Sou outra vez esse ser que é sombra e fumo
Falsa ascensão com falso não-ter-fim...

Eu sou fogo... Isso sei, ainda que o esqueça
Meu quotidiano ser...
A auréola que tenho é a alma acesa
Que é tanta que a não posso em mim reter.

Ascensão! Ascensão! Luz do cimo da alma!
Santificado!


O outro amor
Com que fúria ergo a ideia dos meus braços
Para a ideia de ti! Com que ânsia bebo,
Os olhos pondo em teus sonhados traços,
Todo o fêmea em teu corpo de mancebo!

Teu hálito sonhado até cansaços
Como em meu vívido hálito recebo!
Ó carne que já sonho és tantos laços
Para mim! Deusa-deus; Vênus-Efebo!

Ó dolorosamente só–sonhado!
Soubesse eu o feitio exterior e o jeito
Em gestos e palavras e perfeito
As palavras a dar a este pecado
De só pensar em ti, de ter o peito
Opresso em pensar-te entrelaçado!


Complexidade
São horas, meu amor, de ter tédio de tudo...
A minha sensação desta Hora é um veludo...
Cortemos dele uma capa para o nosso saber
Que não vale a pena viver...
Vai alto, meu amor, o sol de termos tédio
Até ao nojo corporal de o saber tido...
Sei que vivo... Que horror! Tu és um mero remédio
Que tomo para ter vivido...
Que horror seres a mesma sempre, não te esmaga
O saber-te A Igual? És como as outras. Vaga
Dum mar de vagar sempre iguais é esta hora
De ti, ó parco Outrora...
Separemo-nos, mesmo se um de nós da ideia
Do outro, mero eco fique do outro ou reverbero...
Oh como o meu amar-te, ó meu amor, te odeia!
Com que aversão te quero!


EIS-ME EM MIM absorto
Sem o conhecer...
Bóio no mar morto
Do meu próprio ser.

Sinto-me pesar
No meu sentir-me água...
Eis-me a balancear
Minha vida-mágoa...

Barco sem ter velas...
De quilha virada...
O céu com Estrelas
É frio como espada.

E eu sou vento e Céu...
Sou o barco e o mar...
Sei que não sou eu...
Quero-o ignorar...


Hora absurda
O teu silêncio é uma nau com todas as velas pandas...
Brandas, as brisas brincam nas flâmulas, teu sorriso...
E o teu sorriso no teu silêncio é as escadas e as andas
Com que me finjo mais alto e ao pé de qualquer paraíso...

Meu coração é uma ânfora que cai e que se parte...
O teu silêncio recolhe-o e guarda-o, partido, a um canto...
Minha ideia de ti é um cadáver que o mar traz à praia..., e entanto
Tu és a tela irreal em que erro em cor a minha arte...

Abre todas as portas e que o vento varra a ideia
Que temos de que um fumo perfuma de ócio os salões...
Minha alma é uma caverna enchida p’la maré cheia,
E a minha ideia de te sonhar uma caravana de histriões...

Chove ouro baço, mas não no lá-fora... É em mim... Sou a Hora,
E a Hora é de assombros e toda ela escombros dela...
Na minha atenção há uma viúva pobre que nunca chora...
No meu céu interior nunca houve uma única estrela...

Hoje o céu é pesado como a ideia de nunca chegar a um porto...
A chuva miúda é vazia... A Hora sabe a ter sido...
Não haver qualquer cousa como leitos para as naus!... Absorto
Em se alhear de si, teu olhar é uma praga sem sentido...

Todas as minhas horas são feitas de jaspe negro,
Minhas ânsias todas talhadas num mármore que não há,
Não é alegria nem dor esta dor com que me alegro,
E a minha bondade inversa não é boa nem má...

Os feixes dos lictores abriram-se à beira dos caminhos...
Os pendões das vitórias medievais nem chegaram às cruzadas...
Puseram in-fólios úteis entre as pedras das barricadas...
E a erva cresceu nas vias-férreas com viços daninhos...

Ah, como esta hora é velha!... E todas as naus partiram!...
Na praia só um cabo morto e uns restos de vela falam
Do Longe, das horas do Sul, de onde os nossos sonhos tiram
Aquela angústia de sonhar mais que até para si calam...

O palácio está em ruínas... Dói ver no parque o abandono
Da fonte sem repuxo... Ninguém ergue o olhar da estrada
E sente saudades de si ante aquele lugar-outono...
Esta paisagem é um manuscrito com a frase mais bela cortada...

A doida partiu todos os candelabros glabros,
Sujou de humano o lago com cartas rasgadas, muitas...
E a minha alma é aquela luz que não mais haverá nos candelabros...
E que querem ao lado aziago minhas ânsias, brisas fortuitas?...

Por que me aflijo e me enfermo?... Deitam-se nuas ao luar
Todas as ninfas... Veio o sol e já tinham partido...
O teu silêncio que me embala é a ideia de naufragar,
E a ideia de a tua voz soar a lira dum Apolo fingido...

Já não há caudas de pavões todas olhos nos jardins de outrora...
As próprias sombras estão mais tristes... Ainda
Há rastos de vestes de aias (parece) no chão, e ainda chora
Um como que eco de passos pela alameda que eis finda...

Todos os ocasos fundiram-se na minha alma...
As relvas de todos os prados foram frescas sob meus pés frios...
Secou em teu olhar a ideia de te julgares calma,
E eu ver isso em ti é um porto sem navios...

Ergueram-se a um tempo todos os remos... Pelo ouro das searas
Passou uma saudade de não serem o mar... Em frente
Ao meu trono de alheamento há gestos com pedras raras...
Minha alma é uma lâmpada que se apagou e ainda está quente...

Ah, e o teu silêncio é um perfil de píncaro ao sol!
Todas as princesas sentirem o seio oprimido...
Da última janela do castelo só um girassol
Se vê, e o sonhar que há outros põe brumas no nosso sentido...

Sermos, e não sermos mais!... Ó leões nascidos na jaula!...
Repique de sinos para além, no Outro Vale... Perto?...
Arde o colégio e uma criança ficou fechada na aula...
Por que não há-de ser o Norte o Sul?... O que está descoberto?...

E eu deliro... De repente pauso no que penso... Fito-te
E o teu silêncio é uma cegueira minha... Fito-te e sonho...
Há coisas rubras e cobras no modo como medito-te,
E a tua idéia sabe à lembrança de um sabor medonho...

Para que não ter por ti desprezo? Por que não perdê-lo?...
Ah, deixa que eu te ignore... O teu silêncio é um leque –
Um leque fechado, um leque que aberto seria tão belo, tão belo,
Mas mais belo é não o abrir, para que a Hora não peque...

Gelaram todas as mãos cruzadas sobre todos os peitos...
Murcharam mais flroes do que as que havia no jardim...
O meu amar-te é uma catedral de silêncios eleitos,
E os meus sonhos uma escada sem princípio, mas com fim...

Alguém vai entrar pela porta... Sente-se o ar sorrir...
Tecedeiras viúvas gozam as mortalhas de virgens que tecem...
Ah, o teu tédio é uma estátua de uma mulher que há de vir,
O perfume que os crisântemos teriam, se o tivessem...

É preciso destruir o propósito de todas as pontes,
Vestir de alheamento as paisagens de todas as terras,
Endireitar à força a curva dos horizontes,
E gemer por ter de viver, como um ruído brusco de serras...

Há tão pouca gente que ame as paisagens que não existem!...
Saber que continuará a haver o mesmo mundo amanhã – como nos desalegra!...
Que o meu ouvir o teu silêncio não seja nuvens que atristem
O teu sorriso, anjo exilado, e o teu tédio, auréola negra...

Suave, como ter mãe e irmãs, a tarde rica desce...
Não chove já, e o vasto céu é um grande sorriso imperfeito...
A minha consciência de ter consciência de ti é uma prece,
E o meu saber-te a sorrir é uma flor murcha a meu peito...

Ah, se fôssemos duas figuras num longínquo vitral!...
Ah, se fôssemos as duas cores de uma bandeira de glória!...
Estátua acéfala posta a um canto, poeirenta pia batismal,
Pendão de vencidos tendo escrito ao centro esse lema – Vitória!

O que é que me tortura?... Se até a tua face calma
Só me enche de tédios e de ópios de ócios medonhos!...
Não sei... Eu sou um doido que estranha a sua própria alma...
Eu fui amado em efígie num país para além dos sonhos...


QUEM PÔS NA MINHA VOZ, mero som cavo,
O milagre das palavras, sua forma
E o milagre maior do seu sentido?
Minha voz, mero ruído,
Ilumina-se por dentro...


MEUS GESTOS não sou eu,
Como o céu não é nada.
O que em mim não é meu
Não passa pela estrada.

O som do vento dorme
No dia sem razão.
O meu tédio é enorme
Todo eu sou vácuo e vão.

Se ao menos uma vaga
Lembrança me viesse
De melhor céu ou plaga
Que esta vida! Mas esse

Pensamento pensado
Como fim de pensar
Dorme no meu agrado
Como uma alga no mar.

E só no dia estranho
Ao que tenho e que sou,
Passa quanto eu não tenho,
Que está onde não estou.

Não sou eu, não conheço.
Não possuo nem passo.
Minha vida adormeço;
Nem sei em que regaço.


Envoi
Princesa que morreste
No meu castelo antigo,
Tuas mãos – nunca as deste
Ao meu afago amigo...

A orla da tua veste –
Que teve ela comigo?

Expiraste e já eras
Morte e não sei onde...
(Perfume das primaveras
O que o teu seio esconde)
Debruço-me sobre as eras
E chamo... Ninguém responde.

Haverá algum dia
E alguma hora real
Em que a minha mão fria
Encontra a tua afinal
E a minha dor seja alegria
E meu bem o meu mal.

Não sei... E não sabê-lo
Cansa-me de te amar.
A cor do teu cabelo?
Não a posso sonhar.
O teu olhar? É belo...
Mas tu não tens olhar...

Talvez me esperes? Quem sabe.
Tudo morreu em mim...
Na tua ida cabe
O nunca teres fim...
O mundo que desabe
E eu ter-te-ei enfim.


Acontece em Deus
Entre mim e a vida há uma ponte partida
Só os meus sonhos passam por ela...
Às vezes na aragem vêm de outra margem
Aromas a uma realidade bela;

Mas só sonhando atravesso o brando
Rio e me encontro a viver e a crer...
Se olhos bem, vejo – pobre do desejo! –
Partida a ponte para Viver.

E então memoro num suave choro
Uma vida antiga que nunca tive
Em que era inteira a ponte inteira
E eu podia ir para onde se vive

E então me invade uma saudade
Dum misterioso passado meu
Em que houvesse tido um outro sentido
Que me falta p’ra ser, não sei como, eu.


AMEI-TE e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...

Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante...
Eras o Universo...
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.

Estavas-me longa na alma,
Por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.

Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar...
Eras minha alma, fora
Do lugar e da Hora...

Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Nem sequer te memoro
Como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu...
Porque te choro eu?

Não sei... Perdi-te, e és hoje
Real no mundo real...
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si próprio e é tão triste
O que vejo que existe.

Em que espaço fictício,
Em que tempo parado
Foste o cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não me minto...

E tuas mãos, contudo,
Sinto nas minhas mãos,
Nosso olhar fixo e mudo
Quantos momentos vãos
P’ra além de nós viveu
Nem nosso, teu ou meu...

Quantas vezes sentimos
Alma nosso contato
Quantas vezes seguimos
Pelo caminho abstrato
Que vai entre alma e alma...
Horas de inquieta calma!

E hoje pergunto em mim
Que foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo...

Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?

Nós não sonhamos. Eras
Real e eu era real.
Tuas mãos – tão sinceras...
Meu gesto – tão leal...
Tu e eu lado a lado...
Isto... e isto acabado...

Como houve em nós amor
E deixou de o haver?
Sei que hoje é vaga dor
O que era então prazer...
Mas não sei que passou
Por nós e acordou...

Amámo-nos deveras?
Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras
A mesma que és... E finda
Tudo o que foi o amor;
Assim quase sem dor.

Sem dor... Um pasmo vago
De ter havido amar...
Quase que me embriago
De mal poder pensar...
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?

Talvez sintas como eu
E não saibas senti-lo...
Ser é ser nosso véu
Amar é encobri-lo,
Hoje que te deixei
É que sei que te amei...

Somos a nossa bruma...
É para dentro que vemos...
Caem-nos uma a uma
As compreensões que temos
E ficamos no frio
Do Universo vazio...

Que importa? Se o que foi
Entre nós foi amor,
Se por te amar me dói
Já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido,
Nada será perdido...

E além de nós, no Agora
Que não nos tem por véus
Viveremos a Hora
Virados para Deus
E num momento mudo
Compreenderemos tudo.


Corpos
O meu corpo é o abismo entre eu e eu.

Se tudo é um sonho sob o sonho aberto
Do céu irreal, sonhar-te é possuir-te,
E possuir-te é sonhar-te de mais perto.

As almas sempre separadas,
Os corpos são sonho de uma ponte
Sobre um abismo que nem margens tem

Eu porque me conheço, me separo
De mim, e penso, e o pensamento é avaro

A hora passa. Mas meu sonho é meu.


PÓLOS SUL e norte...
Meu tédio gageiro,
Por que estranha sorte
Não há um terceiro?

Mas a terra... a ciência,
Ciência, sim, isso já...
Já disse... Evidência...
Mas por que o não há?



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