dimanche 1 juillet 2012

ΕΙΣ ΜΟΥΣΑΝ: Para a musa


ΕΙΣ ΜΟΥΣΑΝ

Αειδε μούσά μοι φίλη, 
μολπής δ' εμής κατάρχου, 
αύρη δέ σών απ' αλσέων 
εμάς φρένας δονείτω. 

Καλλιόπεια σοφά, 
μουσών προκαθαγέτι τερπνών, 
καί σοφέ μυστοδότα, 
Λατούς γόνε, Δήλιε Παιάν, 
ευμενείς πάρεστέ μοι.


"O hino acima - da autoria de Mesomedes de Creta, um compositor do século II d.C. - é dos poucos registros que possuímos da música grega antiga.  A notação musical foi conservada em dois códices (o V. Venetus Marcianus app. cl. VI, 10, do século XIII ou XIV; e o C. Parisinus Coislinianus graecus 173, do século XVI)."

(BRANDÃO, Jacyntho Lins. Helleniká: introdução ao grego antigo - 2. ed. - Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.) (p.165)

Você encontrará uma reconstituição do hino no link (do Youtube) abaixo.




Conforme alerta o prof. Jacyntho (IBIDEM) "a pronúncia utilizada na gravação é a tradicional, isto é: como a do grego bizantino e moderno, de que muitas características já se encontram na koiné: η, υ, ει e οι têm o som de i; o ditongo αι tem o som de e; o ditongo ευ pronuncia-se ef).

Na minha proposta de tradução para este hino, sigo o mesmo princípio que me guiara nas anteriormente realizadas. Ritmo leve e musical (hexassílabo), com a utilização de aliterações e rimas imperfeitas (sobretudo internas). Naturalmente, tive que abrir mão de alguns dos epítetos originalmente utilizados (por questões métricas e de musicalidade). Repare a homofonia da expressão "de Leto" no penúltimo verso (que pode também ser entendido como o adjetivo "dileto").

Cantai-me, amada musa,
Meu canto começai;
E que ao meu peito a brisa
Do vosso bosque entoe.

Calíope, tão sábia,
Das musas a mais alta,
Junto à prole de Leto,
O Délio que aos mistérios
inicia,
                       ajudai-me.





Orfeu, filho da musa Calíope e do deus Apolo (prole de Leto, o Délio que aos mistérios inicia), conduzindo sua amada, Eurídice, para fora do Submundo (em pintura de 1861, de Jean-Baptiste Corot).


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